Folia

BH não espera fevereiro para colocar o bloco na rua

Sábado foi de Carnaval na cidade; blocos fizeram ensaios e desfiles e só o Trema na Linguiça arrastou 2.000 pessoas entre a Savassi e o São Pedro

Por Joana Suarez
Publicado em 23 de janeiro de 2016 | 20:08
 
 
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Quando vem chegando o frio, as pessoas tiram os casacos do armário. Agora, em Belo Horizonte, quando vem chegando o Carnaval, é hora de tirar os adereços e fantasias para pular nas ruas da cidade. Neste sábado (23), faltando duas semanas para o feriado, o clima já era de folia até no jeito de dar bom dia. "Saí assim e todo mundo me cumprimentou na rua", contou a jovem funcionária pública Patrícia Bicalho (de idade impublicável, segundo diz ela aos risos), com um vestido vermelho, chapeuzinho, flores, brilho e longos cílios postiços.

Teve até quem se fantasiasse de mosquito da dengue, mas as tiaras de flores artificiais vão dominar mais uma vez na mulherada. O egípcio Cláudio Meireles, 66 - dentista nas horas vagas - já encara os carnavais de Belô e outras cidades há 53 anos. "Desde os 13 anos eu me envolvo com o Carnaval, gosto de sair na rua fantasiado e ver como está a animação", falou sem parar de balançar. 

"Que tititi é esse que vem da Sapucaí", cantarolava a banda Roda de Samba que fechou um quarteirão da rua Major Lopes no bairro São Pedro, região Centro-sul da capital. A música já até poderia ser substituída pelo "tititi que vem de Belô" porque a cidade já foi tomada pelo batuque e arrastou muita gente nos primeiros blocos a desfilar. O Trema na Linguiça levou mais de 2.000 pessoas da Savassi ao São Pedro, na manhã deste sábado. Bem mais que aquele grupo de 100 amigos que desfilou em 2008 pela primeira vez. "Ainda está pouco, vai melhorar, vamos chegar a 3.000 até de noite", disse Carlos Jorge, o Jacaré, fundador e presidente do bloco. 

Depois do Trema na Linguiça abrir o Carnaval, como diz Jacaré, ele vai curtir todos os outros blocos nos dias de folia que estão por vir. "Todos não né? Porque são 200", corrigiu. Já Patrícia e a amiga administradora Emília Camilo, 35, que completam neste ano o quinto Carnaval em BH, fizeram uma programação de um bloco a cada duas horas. E o principal objetivo, além de "colorir a cidade", é paquerar, mas elas avisam: "sou exigente", diz Emília. "Solteira sim, desesperada nunca", completa Patrícia. Aparentemente mais quietinha, a empresária Rafaela Caroline Ferreira, 25, estava com tiara de anjinha. "Vou permanecer assim, um anjo", disse ela e logo foi ironizada pela prima pedagoga Poliane Ferreira, 31, que está por conta de fazer a programação da dupla para o Carnaval. 

Festa

Enquanto os primeiros desfiles já estão ocorrendo na capital, cinco dos maiores blocos fazem a festa Sonoriza na tarde deste sábado na Serraria Souza Pinto, no Centro, para arrecadar dinheiro para desfilarem no Carnaval em fevereiro. "Sem vocês essa festa não existiria. Nosso Carnaval independente vai ser um sucesso", dizia o cantor do bloco Pena Pavão de Krishna (PPK), que abriu os shows. A festa deve ir até às 0h e terá ainda os blocos Então Brilha!, Juventude Bronzeada, Tchanzinho da Zona Norte e Baianas Ozadas, com seus estandartes e instrumentistas a tocar por cerca de duas horas cada.  

"É Belô, afoxé, ritmo da nossa fé", canta a banda do PPK num ritmo leve, suave e envolvente ao cheiro de incenso. A turma só não estava pintada de azul como costumam sair no domingo de Carnaval. Para quem não conhecia os blocos, a festa Sonoriza serviu de amostra do que está por vir. "Vai ser meu primeiro Carnaval aqui, tive boas referências dos anos anteriores e resolvi experimentar neste ano. As expectativas são ótimas, de curtir um Carnaval bom e organizado", disse o profissional de recursos humanos, Giovani Silva, 28.

 

 

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