Região Norte

Cartazes racistas pregados em prédio no Planalto, em BH, são investigados

Bilhetes chamavam pessoa de viado, macaco e dizia coisas como seu lugar é no tronco e na senzala

Por José Vítor Camilo
Publicado em 25 de abril de 2022 | 18:58
 
 
 
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A polícia investiga a autoria de cartazes com ofensas racistas e homofóbicas que foram afixados em um condomínio do bairro Planalto, na região Norte de Belo Horizonte. "Seu lugar é no tronco, macaco, estúpido, lugar seu é com sua gente, na cezala (sic)", dizia um dos cartazes denunciados à Polícia Militar (PM) nesta segunda-feira (25). 

A síndica do condomínio, localizado na rua Francisco Augusto Rocha, compareceu em uma base móvel acompanhada de outros trabalhadores. Eles relataram que, no último dia 20 de abril, um dos funcionários localizou o primeiro cartaz com dizeres de injúria racial. 

"Volta para sua jaula, gorila. Volta pro licho de anafabetos (sic) que você veio. Preto sujo", dizia um dos bilhetes. "Lugar de preto não é na limpeza, é na sesala (sic)", afirmava o outro. Na ocasião, um dos funcionários, que se sentiu ofendido, registrou um ocorrência e optou por ser transferido de setor.

Ainda conforme a PM, no último sábado (23) o trabalhador retornou ao condomínio para buscar seus pertences, ocasião em que conversou com alguns funcionários e se dirigiu até o bloco 4 para se despedir de uma moradora. Foi então que ele encontrou um novo cartaz afixado. 

"Sofra as consequências, viado, preto. Ou você sai daqui, o resto toma banho de cloro, africano. Bons tempos eram quando pessoas como você sabiam do seu lugar, que é no tronco, macaco, estúpido. Lugar seu é com sua gente, na cezala (sic). Seus amigos são sujos como você, lixo", dizia o bilhete. 

Diante da reincidência das ofensas racistas e homofóbicas, o condomínio então resolveu registrar a ocorrência, que acabou finalizada na 3ª Delegacia de Venda Nova.

A reportagem de O TEMPO tentou contato com o condomínio e com a empresa que faz a administração do local, mas ninguém foi localizado para comentar o ocorrido.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. "Vítimas e testemunhas serão ouvidas nos próximos dias na Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias", informou a Polícia. 

Atualizada às 11h46 do dia 26 de abril 

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