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Chegada da chuva aumenta acidentes com escorpiões em Minas Gerais

Nos dois primeiros meses de 2016, duas pessoas morreram no Estado após picadas do animal peçonhento; Hospital João XXIII, em BH, recebeu mais de 375 casos neste ano

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 01 de março de 2016 | 17:14
 
 
 
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O período de chuva forte chegou em Minas Gerais e com ele também veio o mesmo problema de todos os anos: o aparecimento de escorpiões em imóveis residenciais e comerciais. Segundo dados da Secretária Estadual de Saúde, do dia 1º de janeiro deste ano ao dia 23 de fevereiro, 2.543 casos foram registrados no Estado. Desses, duas pessoas morreram nas cidades de Passabém, região Central, e Frutal, no Triângulo Mineiro. Somente no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, foram registrados pelo menos 375 casos nos dois primeiros meses de 2016.

Durante todo o período de janeiro, a instituição atendeu 183 pacientes que foram picados. Um resultado parcial do mês de fevereiro aponta um crescimento em relação ao mês anterior com, pelo menos, 192 registros.

De acordo com o médico e coordenador do Serviço de Toxicologia da instituição, Délio Campolina, o período chuvoso faz com que os animais peçonhentos saiam de seus esconderijos.

“A água da chuva invade galerias e os esconderijos do animal. Eles se movimentam mais, procuram abrigos em outros lugares e, com isso, há aumento de contato com as pessoas. Geralmente, o número de acidente eleva entre os meses de outubro e março”, explicou o médico.

Mesmo com o número alto de casos, como o da moradora de Montes Claros, no Norte de Minas, que encontrou 55 escorpiões em apenas um dia em seu quintal, Campolina não acredita em uma epidemia.

“Acredito que não estamos enfrentando uma epidemia de escorpiões. Historicamente há aumento de acidentes neste período do ano. Em abril há diminuição de registros”, afirma.

Em caso de picadas, o médico orienta a procurar imediatamente um hospital. “Especialmente em crianças, não se pode perder tempo. Deve ficar claro que nenhuma medida caseira resolve. A vítima da picada, tanto menores como adultos, deve ser tratada com soro antiescorpiônico e tratamento clínico. A demora no socorro pode levar ao óbito”, alertou Campolina.

Ainda conforme o profissional, os principais sintomas da picada são: muita dor na área atingida, sudorese, náuseas, vômitos e taquicardias. O tempo de internação do paciente vai depender do seu quadro de saúde.

Em Minas Gerais, o tipo mais comum de escorpião é o amarelo. É o mais potente de toda América do Sul e se reproduz com facilidade.

Prevenção

Apesar de não ter como acabar com o escorpião, algumas medidas podem diminuir o risco de aparecimento dos animais, que são considerados pragas urbanas. Entre elas estão, de acordo com o médico, não deixar acumular entulhos, ensacar lixos, vedar locais que possam servir de abrigos para eles, evitar a presença de baratas, que é um alimento para os animais, colocar telas em janelas e manter ralos fechados.

Outra dica importante é sempre olhas roupas, toalhas e sapatos antes de usá-los.

“Caso encontre o animal, não deve matá-lo. Orientamos que a pessoa tente colocar o escorpião em uma caixa ou um vidro, sem se arriscar, e acione a Vigilância Epidemiológica para que se possa realizar uma vistoria na região", disse.

Outra alerta do médico é em relação aos animais domésticos. Segundo o coordenador, eles também podem ser picados e, caso isso aconteça, devem ser encaminhados ao veterinário.

Outros dados estaduais

Ainda conforme a Secretária de Saúde, em 2015, 20.777 pessoas foram picadas, sendo que 36 morreram. O número de mortes foi o maior desde 2012. Nos últimos quatro anos foram 75.844 casos com 90 óbitos.

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