Clínica onde mulher morreu em cirurgia de retirada de DIU é interditada em MG

A clínica onde uma mulher de 32 anos morreu em um procedimento de retirada do dispositivo intrauterino (DIU) foi interditada pela Prefeitura de Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (10 de novembro). Uma vistoria do município constatou que a unidade não tinha autorização para realizar o procedimento, que está sendo investigado pela Polícia Civil.

"Na documentação, não havia descrição que permitia que a unidade operasse procedimento ginecológico", informou a prefeitura. Segundo o município, "os registros apontavam apenas aptidão para realizar clínica médica e atividade de atenção ambulatorial, com estrutura necessária para primeiros socorros".

A administração também afirma que foram encontradas divergências e irregularidades no funcionamento, que embasaram a interdição imediata dos serviços executados na clínica. Um processo administrativo da prefeitura também está investigando o caso.

Entenda o caso

Uma mulher de 32 anos morreu durante a remoção de seu método contraceptivo na clínica Matozinhos. O pai da vítima denunciou o caso às autoridades alegando erro médico. Segundo o relato dele, a filha demorou mais de duas horas no consultório e ele suspeitou de algo errado quando a recepcionista entrou com bolsas de soro e saiu assustada.

O pai e o marido da vítima notaram um "entra e sai" da sala de atendimento e uma das mulheres que saiu disse que "a situação dela não estava boa". Uma equipe da Unidade de Pronto Atendimento chegou ao local com um desfibrilador e tentou ressuscitá-la.

Os familiares só souberam da morte da mulher com a chegada do rabecão. O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para exames de necropsia.

A reportagem tentou contato por telefone com a clínica, mas não conseguiu contato. O espaço permanece aberto para que o estabelecimento se posicione.