Justiça

Condenado a 100 anos de prisão por chacina de Unaí tem decisão anulada

Depois de três anos da condenação, Antério Mânica recorreu da sentença; quatro servidores do Ministério do Trabalho foram mortos em 2004 na cidade

Por Pedro Ferreira
Publicado em 19 de novembro de 2018 | 19:52
 
 
 
normal

Por dois votos a um, a sentença de cem anos aplicada em novembro de 2015 ao fazendeiro Antério Mânica foi anulada nesta segunda-feira (19) pelo Tribunal Regional Federal de 1ª Região (TRF1), em Brasília, que acatou recurso do réu, acusado de ser um dos mandantes da Chacina de Unaí, na região Noroeste de Minas. Quatro servidores do Ministério do Trabalho, sendo três fiscais e um motorista, foram mortos em 28 de janeiro de 2004.

Antério recorreu da sentença do Tribunal do Júri Federal, e o pedido foi acatado. Ele deverá voltar ao banco dos réus para um novo julgamento pela 9ª Vara da Justiça Federal de Belo Horizonte.

Já o irmão dele, Noberto Mânica, que também pegou cem anos e recurrou, teve pena reduzida para 65 anos.

Outros dois réus condenados como intermediários no crime, Alberto de Castro e Hugo Alves Pimenta, também recorreram e tiveram as penas fixadas em 58 e 31 anos, respectivamente.

Norberto era conhecido como o Rei do Feijão e Antério era prefeito de Unaí. Eles estariam incomodados com as fiscalizações dos auditores do Trabalho em suas propriedade e teriam mandado matar todos eles, segundo o MPF.

Para o desembargador Néviton Guedes, não há prova mínima no processo para confirmar a condenação de Antério Mânica. Já os outros três réus são confessos, segundo os desembargadores. Norberto Mânica reconheceu o crime de mando.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!