O mapa da mina

Conheça a rotina de quem se deu bem e de quem se prepara para o Enem

Acabada a fase de inscrições para o exame, é hora de se programar para estudar durante os cinco meses e meio que faltam para as provas, e sem deixar de descansar e curtir momentos de lazer

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 24 de maio de 2014 | 15:00
 
 
 
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O vestibular sempre foi um divisor de águas na vida de um adolescente. Enquanto uns se esgotam de tanto de estudar e, muitas vezes, se decepcionam e precisam tentar novamente no ano seguinte, outros conseguem garantir a vaga na universidade sem muitos esforços. Infelizmente, ainda não inventaram uma fórmula mágica para garantir uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas O TEMPO ouviu quem já passou, quem quer passar e quem trabalha ajudando estudantes a garantirem uma vaga na faculdade para levantar as melhores dicas para aqueles que farão a prova neste ano.

Estudar os temas que cairão na prova é, obviamente, necessário. Porém, não é o único fator que leva a um bom resultado. É o que afirma a universitária Gabriela Campos Alkimin, de 18 anos, que fez o Enem em 2013 e foi a 15ª colocada para o curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Primeiramente, é preciso se organizar, porque isso diminui a chance de surpresas ruins na hora da prova. Com planejamento, você vê o que está faltando estudar e pode focar naquilo. Além disso, é preciso estudar com calma, não se desesperar, porque o vestibular é importante, é o objetivo, mas não é a única coisa na vida nem pode ser. Do contrário, a pessoa perde a juventude por uma coisa que poderia tentar no ano seguinte novamente”, garante a universitária.

Gabriela estudou a vida toda em escolas particulares e, no terceiro ano do ensino médio, o foco foi total. “No Bernoulli, o terceiro ano é integrado com o cursinho, e foi assim que eu me preparei. Tínhamos muitas atividades e eu tentava equilibrar ao máximo para conciliar a escola e o estudo em casa. Mas tomava o cuidado de não estudar demais, como as pessoas que tentariam medicina (o curso mais concorrido na maioria dos vestibulares no Brasil)”, afirma.

A universitária abriu mão de várias coisas para alcançar seu objetivo, incluindo uma atividade de lazer, a dança. “Apesar disso, eu não deixei a minha vida de lado por conta do vestibular. Isso é uma das piores coisas que a pessoa pode fazer, pois, se não passar, ficará muito decepcionado”, explica a jovem, que diz estar muito feliz na universidade, por estudar o que ama.

Já Marcos Lins Coelho, de 24 anos, que, atualmente, cursa arquitetura e urbanismo na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), disse não ter estudado para conseguir sua vaga no ensino superior. “Estudei em escola pública a vida inteira, sendo o ensino médio no Estadual Central, uma referência no ensino público. Fiz a prova seis anos após me formar e, sem estudar ou fazer cursinho, consegui uma vaga no curso que queria”, garante o universitário.

Segundo ele, o principal fator que o levou a fazer uma boa prova foi a tranquilidade. “Acho que, por eu ter feito o Enem sem a pressão de pai e mãe, consegui encarar o exame sem desespero. Respondia o que sabia e, quando não sabia, passava para a próxima. Sempre gostei de escrever e também obtive uma boa nota na redação, o que elevou a minha pontuação geral”, afirma Coelho.

O mestre

Acompanhando diariamente centenas de alunos que têm como objetivo alcançar um bom resultado no Enem, o professor de matemática e física do Determinante Pré-Vestibular, Renato Pinto Ribeiro, de 40 anos, acredita que a disciplina é tudo para quem almeja um lugar na universidade. “Vejo isso pelos alunos que temos. Todos têm um horário de estudo e o seguem à risca, nem mais nem menos. Lembrando, é claro, que domingo é dia de descansar e, durante a semana, vem a rotina”, defende o professor.

Outro fator muito importante para garantir um bom desempenho nos estudos são as boas noites de sono. Ribeiro costuma aconselhar os alunos a nunca estudar até depois das 21h, para não chegarem cansados na aula do dia seguinte e prejudicarem o aprendizado. “A prática também é importante. Tem que fazer exercícios e o simulado, que é essencial. Onde trabalho, fazemos dois simulados mensais, o que ajuda os alunos a se organizarem melhor na hora do Enem e a criarem "maldade". Se tem mais facilidade em matemática, com o tempo ele percebe que é melhor fazer primeiro essa prova e, só depois, seguir para as outras”, acredita Ribeiro.

Para ele, a cada ano, as provas do Enem estão ficando mais elaboradas. Se, antigamente, eram cobrados mais conhecimentos gerais, agora, é exido mais estudo de matérias específicas. “Além de tudo, é necessário ter um ambiente de estudo tranquilo, com motivação dos professores e uma sequência de exercícios que trará tranquilidade. Sem falar, é claro, do apoio familiar, que também deixa o jovem mais tranquilo. Os pais não podem ficar mais ansiosos do que os filhos, pois isso passa para eles”, finaliza o professor.

Caso a pessoa não tenha condições financeiras para fazer um cursinho pré-vestibular, o professor dá alguns conselhos de como se preparar. “Hoje em dia, há ótimos cursos online. Temos também cursinhos que dão bolsas quando o aluno conversa e demonstra o interesse que tem. Estudar em casa e formar grupos de estudo também são boas saídas”, finaliza Ribeiro.

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