Demanda alta

Conselho de Medicina denuncia falta de medicamentos para entubar pacientes em MG

Baixa nos estoques é provocada por aumento da demanda de sedativos e relaxantes musculares em razão da internação de pacientes com coronavírus

Por Thaís Mota
Publicado em 07 de junho de 2020 | 10:13
 
 
 
normal

O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM/MG) denunciou nos últimos dias a falta de sedativos e de relaxantes musculares utilizados para entubar pacientes nos hospitais públicos e privados do Estado durante a pandemia da Covid-19. 

Segundo nota publicada pela instituição, isso estaria ocorrendo devido ao alto consumo e a dificuldade de aquisição desses medicamentos com os fornecedores. A suspeita é de haveria falta de matéria-prima para a produção da medicação.

De acordo com a presidente do CRM/MG, Cláudia Navarro, como houve um aumento de internações de pacientes com necessidade de entubação em razão da pandemia, há uma preocupação com a redução dos estoques. 

“Isso está acontecendo, provavelmente, porque aumentou o consumo dessas medicações já que também cresceu muito número de pacientes com necessidade de entubação. Outra questão é que esses pacientes do Covid, geralmente, também utilizam uma dose muito alta da medicação, o que também contribui para diminuir o estoque”, explicou.

Ainda segundo ela, isso acontece em todo o Brasil e, aqui em Minas, ainda não há registro de que tenha faltado a medicação no momento de entubação de algum paciente. Porém, o Conselho recebeu queixas de hospitais de todas as regiões sobre a baixa nos estoques.

“Ainda não temos nenhum caso concreto de que faltou, mas estamos alerta e já mobilizamos o Ministério Público do Estado e também estamos em contato com os gestores e diretores de hospital. Estão todos mobilizados para tentar normalizar a situação”, diz.

A preocupação da entidade é de que a redução e falta de estoque desses medicamentos prejudique “o adequado acesso dos médicos às vias respiratórias e a manutenção da ventilação mecânica de pacientes, aumentando a mortalidade dos portadores da Covid-19 que apresentam quadro de insuficiência respiratória grave”. 

Ainda por meio de nota, o Conselho fez um apelo às autoridades sanitárias para que sejam tomadas “as devidas providências para a reversão dessa situação, para que se possa evitar uma tragédia ainda maior do que a enfrentada por nosso país neste momento”.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que até o momento, não tem conhecimento de desabastecimento de medicamentos nas instituições hospitalares do Estado. "No âmbito do sistema estadual de saúde, nas unidades geridas pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), as aquisições e entregas de insumos e medicamentos são feitas por meio de fornecedores licitados e cadastrados no sistema estadual, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag)". 

Ainda segundo a Secretaria, os medicamentos são distribuídos nas unidades e existe um gerenciamento de estoque. "Em alguns casos, pode haver necessidade de substituição terapêutica por outros similares, prevista nos Protocolos Clínicos, caso não tenha o item momentaneamente no estoque regular. Apesar da dificuldade encontrada em algumas entregas pontuais, até o momento, não houve desabastecimento desses medicamentos nessas unidades". 


Atualizada às 11h21

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!