Um sistema de inteligência artificial utilizado pelo governo de Minas para monitorar a movimentação no Estado no período de isolamento detectou uma queda na adesão da população às restrições. No dia 22 de março, há quase duas semanas, 75% dos mineiros não saíram de casa. Na medição desta quinta-feira (2), somente 56% cumpriram a recomendação.
A informação foi divulgada pelo secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, em uma reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na tarde desta quinta-feira. O médico apresentou resultados positivos das políticas de isolamento na redução pela metade da previsão de pico de internações pela Covid-19. De 14 mil previstas para 6 de abril, o isolamento levou à previsão de 7.000 mineiros internados em 27 de abril.
Embora tenha comemorado o resultado, o secretário ponderou: "É fundamental que o cidadão entenda que o fato de não estarmos sofrendo um impacto grande da epidemia não permite que o isolamento social acabe". Amaral citou os dados e comentou: "Isso mostra que, se continuarmos nesse caminho, vamos correr muitos riscos".
A adesão ao isolamento foi fundamental para o achatamento da curva de contaminação no Estado, segundo esclareceu o secretário. "É fundamental entender que única prevenção que temos agora é o isolamento social. Queremos retomar a atividade econômica o mais rápido possível, mas isso tem que ser feito com segurança", reiterou.
Minas tem, segundo o último informe epidemiológico, quatro mortes e 370 casos confirmados de coronavírus. Outros 55 óbitos e 39.084 casos estão sendo investigados.
Internações
O sistema público de saúde de Minas Gerais já atendeu 721 pacientes internados por suspeita de coronavírus desde o início deste ano. Destes, 369 já tiveram alta e 352 permanecem em unidades hospitalares em todo o Estado, segundo informações do secretário adjunto de Saúde, Luiz Marcelo Cabral.
Minas tem, hoje, uma taxa de ocupação de 3% por suspeita de coronavírus em leitos públicos para atendimento de casos de alta complexidade. São 2.013 leitos de UTI e 66 pessoas ainda internadas. Vinte e um pacientes já tiveram alta desses espaços.
Já nos leitos clínicos, onde são tratados pacientes com sintomas menos graves, a taxa de ocupação é de 2%, com 286 pessoas internadas em 11.625 leitos disponíveis. A taxa de ocupação de leitos, de forma geral, no Estado está em cerca de 60%.