Dezenas de comerciantes e empresários participaram pelo segundo dia consecutivo de uma carreata nas ruas de Belo Horizonte. O grupo, que também fez um protesto de frente à casa do prefeito Alexandre Kalil (PSD), no bairro Lourdes, região Centro-Sul da capital, reclama dos prejuízos causados pelo fechamento de comércios, bares, shoppings e serviços para conter o avanço da pandemia do coronavírus na cidade.
Os manifestantes pedem ainda que Kalil determine a reabertura dos estabelecimentos, fechados desde a semana passada, após um decreto municipal. Mas, para especialistas, o isolamento social de toda a população ainda é a melhor forma de evitar mortes pelo Covid-19 e até um colapso no sistema público de saúde.
Levantamento divulgado nesta semana pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) mostrou que mais de 80% dos comerciantes já registram prejuízos por conta da suspensão das atividades na capital – ao todo, o setor deve deixar de arrecadar R$ 2 bilhões só em março.
Multados pela prefeitura
Ontem, a prefeitura multou 50 veículos que participaram de um protesto em frente à sede do Executivo municipal, no Centro, contra o fechamento dos estabelecimentos na capital. A punição aconteceu após os proprietários estacionarem os carros de forma irregular na avenida Afonso Pena e na rua Goiás. "A prefeitura esclarece ainda que o mesmo procedimento será adotado em movimentos que descumprirem a legislação", informou.
Os manifestantes saíram da Cidade Administrativa, na região Norte de Belo Horizonte, e foi até a prefeitura pedir a reabertura do comércio. O governador Romeu Zema (Novo) chegou a admitir ontem que o Estado vai realizar um estudo para verificar a viabilidade da abertura gradual dos estabelecimentos.
Até o momento, o número de casos suspeitos da doença em Belo Horizonte chega a quase dez mil. Ao todo, já foram confirmados 130 pacientes com coronavírus na cidade.