Pessoas na entrada dos prédios onde moram, famílias sentadas no banco do quintal, casais posando ao lado do muro de casa... Essas têm sido as imagens registradas pelas lentes da fotógrafa Rúbia Lira, e por vários outros profissionais que integram o projeto Porta de Casa, que “troca” registros fotográficos, neste momento de pandemia, por doações para instituições carentes.
“Minha sócia, que mora nos Estados Unidos, viu o projeto acontecendo lá e sugeriu de fazermos o mesmo aqui. Topamos e fizemos um piloto no prédio onde eu moro. Foi superdivertido, e, de repente, começou a brotar gente querendo fazer também”, contou Rúbia. Em pouco tempo, mais de 120 registros foram feitos e arrecadaram-se dezenas de quilos de alimentos e produtos de limpeza para ajudar quem precisa. “Só pedimos um quilo de alimento, pois não sabemos como está a realidade de cada pessoa, mas estamos sendo surpreendidos. Chegamos às casas esperando receber um quilo, e estamos recebendo cestas completas. As pessoas são muito solidárias”, garantiu. “A gente assiste a lives famosas e vê pessoas arrecadando toneladas de alimentos. A gente resolveu mensurar por ‘porta-malas’. Já foram dois lotados e tem mais dois quase cheios”, completou.
Perspectivas
Quando a ideia de fazer as fotos em frentes às casas surgiu, Rúbia e as duas sócias que trabalham com ela ficaram apreensivas sobre quais cenários iriam encontrar. “Nos Estados Unidos, as casas são lindas, as fotos ficam incríveis; aqui, a gente não sabe o que vai encontrar. Tem casas lindas, mas tem casa ainda em obra. O legal é a disposição das pessoas em participar”, revelou.
Disposição e entusiasmo guiaram o ensaio da taquígrafa Karla Maria Corrêa, 48, e do marido dela. Na ocasião, os dois comemoraram o aniversário de casamento, que, anteriormente, seria celebrado em uma viagem. “Foi uma experiência perfeita para conciliar este momento tão singular que estamos vivendo, meu casamento e ainda poder ajudar quem precisa”, disse.
Parcerias
Com o sucesso do programa e para evitar circulação pelas ruas neste período de pandemia, outros fotógrafos se integraram ao projeto. “Começaram a aparecer pessoas de Betim, de Santa Luzia e de vários bairros distantes querendo ser fotografadas, então, procuramos fotógrafos dessas regiões para que eles fizessem o trabalho. Já teve gente até do Rio de Janeiro”, contou.
Para integrar ao projeto, Rúbia pede que o profissional siga as orientações de higiene e faça as fotos seguindo o padrão. “Eles recebem R$ 20 pelo deslocamento, e todos devem tomar os cuidados para evitar a propagação do vírus. Nosso foco é manter o isolamento e a segurança de todos”, alertou.
Serviço
- Para fotografar. O projeto seleciona fotógrafos de acordo com a demanda em cada região para evitar muito deslocamento e não aumentar o risco de contágio de coronavírus.
- Para ser fotografado. Quem deseja participar do projeto deve respeitar as medidas de isolamento e as orientações de higiene, pagar a taxa de deslocamento de R$ 20 e fazer a doação.
- Conheça. Fotos e regras do projeto estão no site: estudiolilliput.com.br.