Em cada canto do país, uma realidade da pandemia de coronavírus afeta o sistema de saúde e já compromete a busca por vagas em leitos de UTI. Enquanto Minas Gerais não registrou uma explosão de casos e conta, até então, com uma situação confortável nos hospitais, outros Estados já começam a dar sinais de colapso nas unidades referência para o tratamento da doença. Com isso, cresce a procura de pacientes de outras regiões para atendimento médico em Belo Horizonte.
A informação foi divulgada nesta tarde pelo prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), que chegou a acion a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para barrar o embarque desses passageiros nos aeroportos. Conforme Kalil, há cinco pacientes do Pará internados em hospitais particulares da capital, além de um do Rio de Janeiro, um do Espírito Santo e outro de São Paulo.
"É muito importante que a imprensa saiba que Belo Horizonte está virando um grande importador de doentes. A Secretaria de Saúde já está entrando em contato com a Anvisa, porque parece que a Vale resolveu realmente que Minas Gerais é o cemitério preferido dela. A maioria vem de Carajás, no Pará, onde está lá a grande exploração do minério", declarou.
O prefeito ainda declarou que a situação é uma ofensa para a capital mineira, que adotou duras medidas de isolamento social desde a confirmação do primeiro caso de coronavírus. "Nós estamos tentando na Anvisa a barrar nos aeroportos de lá, todo o sacrifício e dinheiro que foi posto aqui é para a nossa população, que está sacrificando. É claro que ninguém vai negar socorro para ninguém, agora houve um sacrifício muito maior do povo belo-horizontino", finalizou.
Vale diz que presta toda assistência aos funcionários
Questionada sobre as declarações do prefeito Alexandre Kalil, a Vale informou que "oferece a seus empregados a oportunidade de transferência temporária para as suas bases de origem durante a pandemia do novo coronavírus". Ainda conforme a companhia, a medida "permite aos empregados estarem mais próximos de seus familiares no período de isolamento, garantindo maior conforto e segurança".
Segundo a Vale, os funcionários recebem toda a assistência médico-hospitalar necessária, "incluindo a possibilidade de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) em centros de referência particulares para casos mais graves ou com possibilidade de agravamento".
Em relação aos deslocamentos até o aeroporto, a empresa disse que é "feito por veículo exclusivo e que todos os empregados são transportados em aeronave própria e cumprindo os protocolos de distanciamento tanto no voo quanto no embarque e no desembarque". Por fim, a mineradora. ressalta que tem seguido todos os protocolos do Ministério da Saúde.