Estelionato

Criminosos usam nomes de jornalistas em golpes pelo celular

Golpe está sendo investigado pela equipe especializada em crimes de informática da Polícia Civil

Por Da redação
Publicado em 01 de abril de 2020 | 21:53
 
 
 
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Em tempos de combate à pandemia do Coronavírus, criminosos estão usando o nome de jornalistas mineiros para aplicar golpes pelo celular e clonar o aplicativo de troca de mensagens das vítimas.Os estelionatários ligam para pessoas conhecidas dos jornalistas e inventam supostos eventos para conseguir invadir as contas de WhastApp das vítimas. O golpe está sendo investigado pela equipe especializada em crimes de informática da Polícia Civil.

A apresentadora Thalita Marinho, da rádio Super 91,7 FM, explica que familiares e amigos dela a alertaram que estavam recebendo ligações de uma mulher com a voz parecida com a dela. “No meu caso, a golpista falava no meu nome. Mas, em outros casos, os criminosos ligam e falam que são da assessoria de determinado jornalista que estaria fazendo um evento beneficente. Eles pedem que a pessoa confirme a presença no evento por meio de um link que será enviado por SMS. Em seguida, o golpista liga novamente pedindo o número que foi enviado. Na verdade, esse link é utilizado para clonara conta de WhastApp”, explica a apresentadora do Super N.

Rodrigo Freitas, que também é apresentador do Super N, disse que foi surpreendido na noite de terça-feira (31) quando recebeu a ligação de dois amigos perguntando se ele estava promovendo algum evento. Esses amigos haviam recebido a ligação de um homem que se passou por assessor de Freitas. “Primeiro, não faço eventos. Segundo, que não tenho assessoria. Na mesma hora, postei nas redes sociais alertas sobre o golpe e acionamos a polícia. Esperamos que essa quadrilha seja investigada e presa, porque estão utilizando o que temos de mais importante: nossa credibilidade”, afirmou.

Outros profissionais vítimas dos estelionatários são Guilherme Dardanhan, fotógrafo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e Edilene Lopes, repórter da rádio Itatiaia. “Fui surpreendida quando um amigo me avisou que recebeu uma ligação de uma pessoa, parecendo atendente de telemarketing, convidando para um evento que supostamente eu iria promover em um hotel no mês de maio. O golpista disse a esse amigo que ele poderia convidar outras duas pessoas. Ele desconfiou e me avisou. Me enviou os prints da conversa no WhatsApp. Imediatamente, procurei a Polícia Civil, que vai investigar a origem desse golpe e quem são esses criminosos”, disse Edilene. Ela afirma que o golpe é um ataque ao jornalismo. “Nossa categoria leva informações importantes para a população. Esse tipo de crime pode ser classificado com fake news”, argumenta.

Guilherme Dardanhan foi ameaçado pelo golpista. “Me senti bem fragilizado por ser um momento de pandemia. Estava indo fazer compras e recebi uma ligação estranha de um suposto assessor da Edilene. O que me salvou de ter o WhastApp clonado foi ter a confirmação em duas etapas no aplicativo. O golpista me ligou duas vezes para pegar o código. Na segunda vez, avisei a ele que sabia o que estava acontecendo. Recebi ofensas e ameaças. Muito triste receber um assalto dentro de casa”, contou.

Sindicato dos Jornalistas

A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Alessandra Mello, afirma que o golpe envolvendo jornalistas é um ataque à imprensa. “É lamentável que golpistas utilizem a credibilidade de jornalistas para extorquir as pessoas.É importante que a população se atente para as notícias falsas enão acredite em tudo que chega no celular. Procurem confirmar as informações em sites confiáveis. É preciso ser consciente nesse momento. Não passe para frente o que você não verificar antes. Temos que fazer uma cruzada contra o vírus da informação falsa, ela também mata. Informação é algo muito importante”, afirmou.

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