TRAGÉDIA

Delegado pode ter sido o reponsável pela morte de jovem em Bailão Sertanejo em Venda Nova

Pai da vítima informou que proprietário do local não prestou assistência aos familiares

Por CAROLINA CAETANO/ JULIANA BAETA
Publicado em 14 de agosto de 2013 | 17:24
 
 
 
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Foi velado manhã desta quarta-feira (14) o jovem que foi baleado no Bailão Sertanejo, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, no dia 5 de maio.

Tiago de Souza Martins, de 18 anos, foi atingido com um tiro na cabeça durante um show na casa noturna. Desde então, ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

O pai da vítima, Eliazar Martins, conversou com a reportagem de O TEMPO e informou que a família está arrasada. “A gente tinha esperança que o Tiago melhorasse. Esperamos que seja feito justiça e o culpado não fique impune”.

A mãe do jovem, Nerilda Souza, também espera que o responsável pela morte do filho dela seja punido. “Quero justiça. Esses três meses que ele ficou no hospital foram terríveis. Foi muito sofrimento, isso acaba com a vida de toda a família, sem falar dos gastos que ainda tivemos nesse tempo. Meu filho era trabalhador, sempre foi um ótimo filho, honesto e que não arrumava confusão com os outros”, disse.

A família também denunciou que, desde o ocorrido, nunca mais foram procurados pelos responsáveis pelas casas de show. Ainda de acordo com Nerilda, no dia da confusão o proprietário do estabelecimento disse que, se pudesse, pagaria outra vida para a família.

“A bala tava alojada, agora ela foi retirada e responderá, finalmente, quem foi”, disse ainda a mãe. Segundo ela, o filho, que trabalhava como motoboy, sempre foi muito alegre e cheio de amizades. “Ele gostava muito de jogar bola, inclusive, uma das últimas coisas que fez no dia que foi baleado foi jogar com os amigos”, detalhou.

O principal suspeito do crime era o delegado titular da 3ª Delegacia de Ribeirão das Neves, Gustavo Garcia Assunção, que é filho do proprietário da casa, mas o delegado Daniel Teixeira informou que várias testemunhas foram ouvidas e, com a morte da vítima, foi possível retirar o projétil. Será feito exame de balística que responderá de qual arma partiu o disparo, do delegado ou de um policial militar.

Um familiar que estava no local no dia do crime e que não quis ser identificado temendo represálias, contou que, na ocasião, um amigo de Tiago se envolveu em uma confusão. “Quando eu vi esse amigo nosso já estava brigando e vi o Tiago separando a confusão. Nessa hora começou uma briga generalizada e o irmão mais novo dele e um amigo foram cortados com um estilete", contou. Ele também disse que parte do grupo saiu para ajudar um dos que ficou ferido, e o Tiago ficou para ajudar o irmão.

"O que fiquei sabendo foi que os seguranças prenderam o irmão mais novo do Tiago em uma sala e ele começou a discutir, já que irmão estava perdendo muito sangue e eles impedindo o socorro. Foi nessa hora que aconteceu o tiro. Depois disso nós vimos o delegado correndo do lado de fora com a arma na mão. Ele tropeçou e deixou a arma cair, momento em que um dos nossos amigos tentou pegar a arma e uma menina o segurou, se não teria tido ainda mais confusão”, informou o familiar.

O delegado Gustavo Assunção continua trabalhando normalmente. Já o corpo de Tiago, foi velado nesta quarta-feira no Cemitério da Consolação, no bairro Jaqueline, na região Norte da capital, e enterrado às 17h.

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