EM MINAS

Disque-Denúncia ajudou a prender 106 mil em 8 anos

Maior número de ocorrências que chegam de forma anônima pelo 181 é relacionada ao tráfico de drogas; desde 2009, foram apreendidas 26 toneladas de drogas após denúncia

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 24 de julho de 2015 | 15:36
 
 
 
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O Disque-Denúncia da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), número 181, recebeu 38 mil denúncias só no primeiro semestre de 2015. Com isso, o serviço alcançou a marca de 540 mil ligações recebidas em oito anos de atuação.

Desde sua criação, em 2007, as informações repassadas pelos denunciantes ajudaram a prender 106 mil pessoas, garantindo a apreensão de 26 toneladas de drogas e de R$ 16 milhões fruto de atividades ilegais, como o tráfico de drogas e jogos de azar em Minas.

O canal conta ainda com a parceria do "Minas Pela Paz". “Nos últimos anos, percebemos uma maior conscientização das pessoas sobre o serviço prestado pelo 181. Os cidadãos têm clareza que suas informações podem fazer toda a diferença ao trabalho das corporações”, afirma ​o gestor do programa, ​Maurílio Pedrosa.

Segundo o coordenador da Polícia Militar no 181 Disque Denúncia, major Giuliano Júnio Teixeira Prates, as informações recebidas pela central servem de base para o planejamento de ações e operações de combate à criminalidade.

“A população tem acreditado muito em nosso trabalho e, com base nas informações enviadas, conseguimos levar para os comandos uma gama de dados estratégicos, capaz de orientar ações imediatas e preventivas”, explica Prates​.

Como exemplo do trabalho integrado ele ainda cita o desmanche de uma refinaria de drogas em Igarapé, em maio, ​quando foram apreendidos 30 ​quilos de cocaína, 26 ​quilos​ de pasta base e outros materiais para comercialização e refino de entorpecentes.

​A segurança do anonimato funciona ​também ​como um estímulo a mais para o envio de informações sobre crimes de grande clamor popular, como é o caso dos homicídios. “Contamos com um sistema de gestão da informação muito seguro. As ligações são criptografadas, o que torna impossível qualquer rastreamento de sua origem, dando ao denunciante a tranquilidade de que anonimato é garantido e o sigilo, absoluto”, explica Pedrosa, relembrando que as apurações sobre o ​c​aso Eli​z​a Sam​u​dio iniciaram após uma denúncia recebida pela central.

O tráfico de drogas, devido sua extensão e impacto social, ainda é o tema mais denunciado – representando 63% do volume total de denúncias. Mas, a apuração de outras naturezas de crimes também trazem resultados expressivos. Como é o caso das atividades de bombeiros.

Em terceiro lugar no ranking de naturezas denunciadas ao 181, as atividades de bombeiros reúnem uma série de ações que possam colocar em risco a segurança das pessoas. Na maioria dos casos, os denunciantes informam a necessidade de vistoria e fiscalização em residências ou estabelecimentos comerciais.

Segundo o ​c​apitão Vital, coordenador do 181 Disque Denúncia pelo Corpo de Bombeiros, as denúncias permitem uma ação antecipada ao desencadeamento do sinistro, diminuindo as demandas de emergência.​ ​

“No Brasil, a prevenção sempre fica em segundo plano. Com o conhecimento do serviço prestado pelo Disque Denúncia, a população pode transformar essa cultura e nos ajudar a preservar vidas e bens”, afirma o capitão.

Ele destaca ainda a mudança de comportamento das pessoas frente a situações de risco, como a explosão em um prédio residencial por causa de gás GLP, registrada em maio, no Rio de Janeiro.

“Os encanamentos de distribuição de gás GLP exigem cuidados e manutenção. É um risco potencial, que ninguém se preocupa. Casos como esses, alertam a população para o assunto e, prova disso é que no dia seguinte, tivemos um aumento de aproximadamente 50% no número de denúncias sobre a necessidade de fiscalização de GLP”, aponta o Capitão Vital.

​No interior

O 181 Disque Denúncia está disponível em todo o Estado. Nos últimos anos, o número de denúncias oriundas do interior cresceu gradualmente, contribuindo para a atuação assertiva das corporações policiais e do Corpo de Bombeiros.

Uma prova são as prisões e apreensões realizadas pela Polícia Civil em municípios afastados. Baseados em informações do 181 Disque Denúncia, a Polícia Civil conseguiu conter ações ilícitas dentro de presídios das cidades de Montes Claros e Frutal, combatendo, respectivamente, a entrada de drogas e fugas. Já em Guanhães, agentes da PC realizaram uma operação de combate à exploração infantil, fechando uma casa de prostituição que usava menores de idade. O responsável pelo local foi preso.

Assim como na capital, o tráfico de drogas é a principal natureza de denúncia no interior, seguida por atividades de bombeiros e crimes ambientais.
As populações de Juiz de Fora e de Uberlândia estão entre as cinco que mais denunciam, ocupando, respectivamente, a segunda e quarta posição. Hoje, os municípios do interior respondem por 42% das denúncias recebidas no 181.

Como funciona

O cidadão faz a denúncia através do número 181 – de forma anônima e gratuita – e é orientado pelo atendente. O sigilo é garantido.​ ​Ao denunciar, o cidadão recebe do atendente um número de protocolo que deve ser cuidadosamente guardado. As informações são registradas no sistema e encaminhadas a uma equipe de analistas das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

Esses servidores analisam, classificam e incorporam à denúncia outras informações que auxiliam na solução do caso. Após a conclusão da fase de averiguação, os resultados e as providências adotadas ficam disponíveis para o denunciante. Assim, após 90 dias e sem se identificar, o cidadão com o número de protocolo nas mãos liga para o 181 e obtém as informações e o resultado da sua denúncia.

É por isso que, para garantir a segurança do denunciante, todas as vezes que ele fornece informações que permitem a sua identificação, será orientado a ligar novamente e retomar todo relato da denúncia.

Atualizada às 16h37.

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