Agora é para valer: o último ano do pré-escolar, chamado 3º período, será incorporado à educação fundamental e passa a ser obrigatório. A lei, sancionada na última segunda-feira pelo presidente Lula, tem cinco anos para ser cumprida.
Mas escolas da capital já estão se adequando à nova exigência do texto, que implementa o ensino fundamental de nove anos. A mudança, de acordo com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), é apenas formal, sendo que não haverá alteração do conteúdo oferecido.
Mudam os nomes das séries e, em algumas instituições, também será alterada a divisão espacial. A entidade recomendou que as escolas passem a chamar o 3º período de 1ª série/9.
Assim, a antiga 1ª série passa a se chamar 2ª série/9 e a 8ª, que encerra o ensino fundamental, 9ª/9. No Colégio Santo Antônio, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, a nova nomenclatura já foi adotada.
De acordo com o frei Gilberto Teixeira Silva, diretor pedagógico do colégio, o alongamento do ensino fundamental não trouxe nenhum trauma.
"Temos convênio com mais de 30 escolas de educação infantil. Nessas escolas, o antigo 3º período passou a se chamar 1º série/9. Quando vêm para cá, os meninos já entram na 2º série/9, que era a antiga 1º série", explicou.
No Colégio Nossa Senhora da Piedade, localizado no Prado, região Oeste da capital, a situação é a mesma. A única diferença, de acordo com a coordenadora pedagógica da instituição, Dulce Stelhing Squarcio, é que os alunos da 1ºsérie/ 9 não terão mais a tradicional formatura promovida no final do antigo 3º período.
Parceria
O Colégio Marista Dom Silvério adotou nomes diferentes. O 3º período passou a se chamar 1ª série inicial. Os nomes das demais séries foram mantidos.
Os alunos da 1ª série, que anteriormente estudavam na Vila Marista " espaço da educação infantil ", foram transferidos para o Maristinha, onde ficavam apenas os alunos da 2ª à 4ª Série.
Para que as mudanças não trouxessem prejuízos para os estudantes, uma comissão de mães participou de reuniões com a diretoria do colégio.
"Ficamos preocupadas porque essa separação entre crianças pequenas e as maiores era um diferencial da escola. Muitos pais escolheram o Dom Silvério por causa disso", disse Andréa de Souza, 41, mãe de Sofia, 6, aluna da 1º série.
As reivindicações, de acordo com Jaqueline de Jesus, vice-diretora pedagógica da instituição, foram todas atendidas. "Acreditamos na parceria entre pais e escola. Boa parte das reivindicações acaba gerando mudanças muito positivas para alunos e para a própria instituição."