Prestes a entrar de férias a partir de quinta-feira (15), as 834 escolas particulares de Belo Horizonte tiveram uma adesão às aulas presenciais de mais de 70% na educação infantil, para os alunos de 0 a 5 anos, e entre 60% e 70% do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, para os estudantes de 6 a 14 anos, segundo balanço do Sindicato das Escolas Particulares do Estado de Minas Gerais (Sinep-MG).

Após a publicação do decreto da Prefeitura de Belo Horizonte que permitiu o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas, as salas de aula na rede particular foram reabertas, em 26 de abril, para os 55.419 alunos da educação infantil e no dia 21 de junho, para os 74.978 estudantes do ensino fundamental. Para a presidente do Sinep-MG, Zuleica Reis, após quase três meses de atividades presenciais no ensino infantil e menos de 30 dias de aulas presenciais no fundamental, o balanço é muito positivo.

“Tivemos uma adesão muito grande das famílias com o ensino presencial. As escolas fizeram todo o escalonamento com relação à entrada e saída dos grupos de estudantes, que foram revezados. Cada escola se organizou de acordo com sua estrutura e com o tamanho das salas de aula. Em algumas instituições de educação infantil a adesão chegou a 90% e no ensino fundamental também foi um retorno considerável, que nos surpreendeu e atendeu a demanda dentro dos protocolos que nós estamos adotando, que é dividir as turmas”, disse.

O Colégio Sagrado Coração de Maria, no bairro Serra, na região Centro-Sul da capital, teve uma adesão de 80% e 70%, respectivamente, entre os 150 alunos na educação infantil e os 500 do fundamental. “Superou nossas expectativas. Respeitando a capacidade máxima de cada sala, dividimos as turmas do fundamental em duas ou três bolhas, que estão se revezando semanalmente. Fizemos a transmissão simultânea das aulas normalmente e quem estava em casa pôde assistir on-line. Deu muito certo a escola estar preparada tecnologicamente para essa estrutura de aulas simultâneas, transmitidas ao vivo, além do preparo e treinamento dos professores”, conta o diretor-geral do colégio, Fernando França de Barros.

O uso da tecnologia e das salas maiores disponíveis na escola permitiu ao Sagrado Coração de Maria atender 100% dos alunos de maneira presencial na maioria das turmas da educação infantil. “Dividimos as turmas em duas bolhas dentro da escola. Uma ficou com a professora regente e a outra com a auxiliar, que assistiu a transmissão da aula junto com os alunos em outra sala. Foi um sucesso esse projeto. As famílias ficaram satisfeitas e os meninos também ficaram felizes”, diz Fernando.

No Colégio Batista Mineiro, do bairro Floresta, na região Leste, a volta as aulas presenciais entre os mais de 1.000 alunos do fundamental teve uma adesão de 70% e no ensino infantil foi de 60%.

“Nós já estávamos trabalhando com os estudantes, de maneira remota, como seria esse retorno presencial, com treinamento dos protocolos sanitários e reconhecimento dos espaços. Eles aderiram bem às orientações e a gente tem percebido um ganho. O aprendizado presencial começa a ser mais interativo com os estudantes que estão em casa. O modelo de ensino híbrido, na medida em que os dias foram passando, tem sido uma prática integrada, com os estudantes em casa fazendo perguntas, e os que participam presencial em sala também contribuem com o professor”, relata Sandra Beconha, diretora pedagógica do colégio.

EXPECTATIVA – Para o segundo semestre do ano letivo, a expectativa do Sinep-MG é a liberação, por parte da prefeitura da capital, do retorno presencial para as aulas do ensino médio e superior. “Agora, nós aguardamos o pronunciamento do prefeito Kalil com relação a volta do ensino médio e do ensino superior a partir de agosto, para que nós possamos ampliar esse retorno dos anos que ainda faltam”, diz Zuleica Reis.

“A PBH precisa acelerar o retorno do ensino médio. A nossa expectativa para o segundo semestre é acolher esses alunos da escola que também estão muito carentes, precisando dessa volta das aulas presenciais”, completa o diretor Fernando de Barros.