Faculdades da capital instalaram tendas para distribuir lanches, kits e outros materiais aos universitários nos locais de provas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) ontem, como incentivo para que eles se dedicassem, já que a avaliação dos cursos estava em jogo. Muitas instituições concederam ainda pontuações e outros benefícios aos que fizeram a prova, que teve cerca de 483 mil alunos inscritos no país, 47 mil deles em Minas. Até o fechamento desta edição, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, que promove o exame, não tinha divulgado o índice de desistência.
Minutos antes de os portões fecharem, às 13h, muitos estudantes corriam para conseguir entrar na Universidade Fumec, no bairro Cruzeiro, na região Centro-sul de Belo Horizonte, que teve trânsito complicado no entorno. Cerca de cem alunos não conseguiram entrar e não poderão colar grau nem receber diploma até fazer outro exame, em um ano.
Desesperado, um universitário pulou o portão. “Foi difícil chegar aqui. Agora vou ficar sem diploma”, disse o estudante de filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais, Antônio Gonçalves, 48.
Segundo ele, a escola não promoveu aulas preparatórias para o Enade. Já outras instituições realizaram revisões e simulados. Conforme O TEMPO mostrou na última semana, Una e Faculdade Pitágoras vão usar o Enade para avaliar o aluno.
Um universitário acionou a Justiça e conseguiu o direito de não mostrar o gabarito à escola. “Nem levei o caderno de provas, ao contrário dos meus colegas”, disse, sob anonimato.