Tecnologia

Especialistas consideram positivas novas formas de pagamento nos ônibus de BH

Na avaliação de profissionais, mudanças poderão contribuir para a diminuição dos assaltos e aumento da agilidade no transporte

Por Juliana Siqueira
Publicado em 21 de março de 2023 | 20:18
 
 
 
normal

A ampliação da bilhetagem eletrônica nos ônibus de Belo Horizonte, com a publicação da lei 11.459, nesse sábado (18), no Diário Oficial da União (DOM), deverá contribuir para a redução da violência e dos assaltos nos coletivos e para o aumento da agilidade das viagens, segundo especialistas.

Sancionado pelo prefeito Fuad Noman (PSD), o texto prevê novas opções de pagamento das tarifas, como a possibilidade de usar cartões de débito e crédito, além do recurso por aproximação. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), apesar de a legislação não proibir o pagamento em dinheiro, as expectativas são de que o uso do papel reduza gradativamente, até que os usuários não mais o adotem.

“A mudança é importante. Considero um bom avanço. As transações com papel-moeda estão reduzindo em diversos setores, e o transporte precisa acompanhar essa transição. Usar o ‘dinheiro de plástico’ facilita as transações e aumenta a segurança”, diz o especialista em transporte Silvestre Andrade.

De acordo com Andrade, menos dinheiro nos ônibus pode significar menos assaltos. Além disso, as operações ficarão muito mais rápidas, segundo ele. “Perde-se menos tempo no pagamento, no embarque, não precisa dar o troco; coisas desse tipo que acabam retardando a viagem”, diz ele.

A especialista em transporte Roberta Torres concorda. Conforme ela ressalta, infelizmente, a violência dentro dos coletivos ainda é alta, e a bilhetagem eletrônica pode ajudar a modificar esse cenário. “O movimento do dinheiro dentro dos ônibus fomenta essa violência. As pessoas que saem para cometer crimes sabem que nos coletivos há dinheiro”, pontua ela, que, como Andrade, também destaca a agilidade do processo.

“Haverá ganhos na velocidade e agilidade em relação aos passageiros, já que o pagamento em dinheiro acaba demorando um pouco mais. Os passageiros vão subir nos coletivos de forma mais rápida, e isso é importante principalmente nos pontos mais cheios”, diz.

Conforme o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), que assina o texto original da lei junto a 14 vereadores, a “eliminação do dinheiro vivo a bordo é um dos objetivos da lei”, o que é uma medida necessária.

“Obviamente, há a preocupação de que ninguém seja prejudicado com a medida na população, considerando as diferenças da sociedade. Há cidades no planeta em que a ausência de uso de dinheiro já é realidade há mais de décadas. Não estamos sequer inovando. É uma medida necessária para ampliar a inteligência no traçado das linhas e evitar a corrupção que pode existir por parte dos prestadores de serviço que controlam o dinheiro vivo”, afirma ele.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!