Previsão de platô

Estabilidade da Covid? Especialistas não compartilham otimismo do governo de MG

Carlos Eduardo Amaral, secretário estadual da Saúde, disse em coletiva nesta terça-feira (22) que espera uma redução do número de casos no fim de janeiro

Por Felipe Castanheira
Publicado em 22 de dezembro de 2020 | 18:00
 
 
 
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Nesta terça-feira, 22, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, informou que o governo acredita que o número de infectados pelo coronavírus  pode atingir um platô em meados de janeiro e cair na quinzena final do mês. Entretanto, esse otimismo não é compartilhado pelo infectologista Unaí Tupinambás, que afirma que só se pode esperar uma redução real do número de infectados se ações concretas forem tomadas.

"Para ter uma redução de fato é preciso ter um esforço da sociedade, seja na forma de isolamento ou de outras medidas restritivas. Para se sair de um pico é necessário romper com a inércia", descreve. Para o infectologista, que é um dos membros do comitê de especialistas sobre Covid que assessora o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, existe a possibilidade de janeiro ter um número maior de infectados do que os meses de junho e julho deste ano, quando era esperado um ápice no número de contaminados.

Outro ponto destacado por Tupinambás é que agora temos uma população mais desgastada em relação às medidas protetivas e com vagas de leitos já em uma situação próxima do colapso.

Mateus Westin, médico infectologista e professor da UFMG, destaca que os reflexos das festividades de fim de ano serão sentidas em janeiro e que se as pessoas não tiverem cuidado o número de infectados será muito grande. "Estamos em uma fase de relaxamento, não se trata mais só do descumprimento daquilo que era determinado como medida protetiva, mas de uma situação onde as pessoas praticamente ignoram a totalidade destes cuidados", aponta.

Mateus destaca que as confraternizações de fim de ano serão realizadas em sua maior parte em ambientes fechados e sem a ventilação adequada. Além disso o uso da bebida alcoólica torna as pessoas menos cuidadosas. Ele também acredita que o número de infectados em janeiro pode ser maior que junho e julho de 2020.

Os dois médicos fizeram questão de reforçar a importância de se evitar as aglomerações nas confraternizações de fim de ano, que oferecem um risco muito grande para a população.

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