São Gabriel

Estação tem risco para população, diz engenheiro 

Redação O Tempo

Por Raquel Gondim
Publicado em 04 de julho de 2014 | 03:00
 
 
 
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Entre as irregularidades que constam nas denúncias que o vereador Iran Barbosa pretende investigar na CPI da Câmara estão falhas na construção da Estação São Gabriel, já em uso pelo público. Um dossiê de quase 60 páginas aponta irregularidades graves na execução da obra, como colunas de sustentação curtas amparadas por menos parafusos do que o indicado, parafusos e porcas frouxos e folgas expressivas nas flanges, que são peças que vedam a conexão das estruturas.


Apesar de ainda não totalmente concluída, a obra foi liberada. Por dia, 80 mil pessoas circulam pela Estação São Gabriel, segundo a BHTrans. O custo do empreendimento, conforme o portal Transparência Copa, é de R$ 44 milhões.

A partir das informações relatadas no documento, a reportagem de O TEMPO consultou três especialistas e visitou a estação na companhia do vice-presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG), Clémenceau Chiabi.

A constatação do especialista é que a situação do empreendimento é preocupante. Segundo ele, existe o risco de desabamento da edificação. “A sensação é que a obra foi feita às pressas e liberada sem estar pronta e sem segurança para o uso. Ela está colocando em risco a integridade física das pessoas. Isso tudo está perto de um efeito cascata. Estão brincando com coisa séria”, comentou o engenheiro, que também é credenciado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) de Minas.

Durante a visita à estação, Chiabi detectou pelo menos dez falhas na construção. Seis delas estão diretamente ligadas à sustentação de vigas e estruturas metálicas. Há situações em que, mesmo para os leigos, fica nítida a deficiência na obra executada pelo Consórcio Constran-CGP-Integração BRT.

A reportagem flagrou em um dos pontos da estação, bem acima da área de espera para o embarque, um parafuso de cerca de 4 kg visivelmente solto, o que aparenta uma ameaça para os passageiros.

Em outro ponto que une quatro grandes colunas de sustentação, nos furos onde deveriam ter sido instalados seis parafusos são usados apenas dois. Há outras duas vigas em que o único parafuso utilizado também está frouxo.


Interdição

Especialistas. Para os especialistas consultados pela reportagem, pelo menos alguns pontos da estação deveriam ser interditados imediatamente para avaliar se a execução da obra está fugindo ao projeto e a consequência dos erros observados.

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