AUDIÊNCIA

Estações São Gabriel e Morro Alto terão policiamento reforçado

Realizada na ALMG nessa terça, reunião debateu sobre transporte público em Belo Horizonte e região metropolitana e não poupou críticas ao Move

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 20 de maio de 2015 | 18:47
 
 
 
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O resultado de uma audiência pública realizada nessa terça-feira (19) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debater sobre sobre o transporte público da região metropolitana de Belo Horizonte terminou com a conclusão de que o sistema está cheio de problemas, o que também inclui o Move. Uma das propostas é que cada estação tenha policiamento integral para driblar a falta de segurança.

Participaram da reunião realizada pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, usuários do transporte público, parlamentares e representantes das empresas de ônibus e do governo estadual.

Os trabalhadores se queixaram, principalmente, da adoção da “monocondução”, ou seja, ônibus rodando sem cobradores, com a tarifa sendo cobrada pelos próprios motoristas. Usuários se queixaram de atraso nas viagens, falta de segurança e problemas na bilhetagem.

O presidente da comissão, deputado Deiró Marra (PR), apontou como um dos principais problemas, a grande quantidade de queixas de usuários e empresas sobre os frequentes assaltos que vêm ocorrendo na estação São Gabriel, em Belo Horizonte. O subsecretário de Estado de Regulação de Transportes, Renato Ribeiro, reconheceu o problema e disse que o governo pretende instalar uma estrutura da Polícia Militar dentro de cada terminal, mas enquanto isso não é possível, ele afirmou que haverá uma ação emergencial em São Gabriel e também na estação Morro Alto, em Vespasiano, com um reforço no policiamento nos terminais e adjacências.

O assessor técnico do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitanos, Eduardo Enham argumentou que o Ministério Público do Trabalho permite a monocondução e que os sindicatos da categoria assinaram uma convenção coletiva em 2015 admitindo a prática. “Assinaram e agora discordam”, criticou. Alguns motoristas reclamaram que são pressionados a fazer a cobrança mesmo com o ônibus em movimento, para não atrasar a viagem. Enham disse que as empresas os orientam a não proceder dessa forma.

Move

Outro alvo de críticas durante a reunião foi o sistema Move, implantado há um ano em Belo Horizonte. Muitos usuários reclamaram que, ao contrário do prometido pelo governo e pelas empresas, o tempo das viagens aumentou. Eduardo Enham discordou. Segundo ele, em todos os terminais do Move registrou-se redução do tempo médio de viagem. “Não em todas as linhas, mas em Justinópolis, por exemplo, houve um ganho de 30 minutos”, declarou. A afirmação foi recebida com vaias e protestos. Representantes de associações de usuários argumentam que, se houve ganho, ele se restringiu às viagens troncais (nos eixos principais), mas não nas alimentadoras (que levam aos destinos finais), e mesmo assim esse ganho se perdeu no transbordo de passageiros, que é mal planejado.

O subsecretário Renato Ribeiro também criticou o sistema, afirmando que o atual governo recebeu terminais de ônibus inacabados e provisórios, problemas na operação da bilhetagem, vias rodoviárias não preparadas e dívidas de obras realizadas. Além disso, há o problema da insegurança e da depredação. “Não dá para resolver tudo até amanhã”, ressalvou. O subsecretário disse que o sistema não será ampliado antes de serem concluídos os terminais inacabados. Ele também garantiu que o governo irá elaborar um Plano de Transporte Metropolitano, com a participação da população.

Sobre as queixas de usuários e trabalhadores de que as empresas não estariam cumprindo a tabela de horários, Ribeiro garantiu que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) vem fiscalizando por meio dos registros dos tacógrafos e emitindo multas. Sindicalistas denunciaram, no entanto, que algumas empresas colocam veículos para rodar sem recolher passageiros, só para mascarar os registros dos tacógrafos. O subsecretário propôs, então, que sindicalistas e governo se reúnam para evitar esse tipo de fraude.Uma denúncia feita pelo deputado Celinho do Sinttrocel foi relativa a um estudo do Núcleo de Estudos de Saúde do Trabalho da Faculdade de Medicina, sobre as doenças que atingem motoristas e cobradores. Segundo o estudo, 16% dos motoristas têm perda de audição, 24% sofrem de problemas da coluna, 15% têm gastrite e 30%, dores musculares. A promotora Marta Alves Larcher sugeriu uma representação ao Ministério Público do Trabalho.

Com informações da ALMG. 

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