Golpe

Estelionatário é preso em BH suspeito de dar prejuízo de R$ 480 mil a varejistas

Homem comprava produtos eletrônicos de lojas na internet, mas alegava que não os havia recebido

Por Gabriel Moraes
Publicado em 09 de fevereiro de 2021 | 17:18
 
 
 
normal

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) divulgou nesta terça-feira (9) informações a respeito de um homem de 30 anos preso em Belo Horizonte na semana passada por suspeita de estelionato. Conforme apurado, ele aplicava golpes em diversas empresas de varejo do e-commerce, podendo ter causado um prejuízo superior a R$ 480 mil.

Segundo o delegado Vinicius Dias, que conduziu as investigações, o homem, que é administrador de empresas, adquiria produtos e fingia que não os tinha recebido. “Ele comprava produtos eletrônicos como celulares, notebooks e tablets nas principais redes varejistas, através do comércio eletrônico. Depois, registrava um boletim de ocorrência relatando que não recebeu os produtos e, posteriormente, recebia novas mercadorias. Após isso, ele anunciava esses itens em sites de venda”, descreve.

Conforme levantado, o suspeito agia dessa forma desde 2013. Ele foi preso na última sexta-feira (5) no bairro Sion, região Centro-Sul da capital, após comprar um iPhone 12, que custa em torno de R$ 7 mil, denunciar que não havia recebido o produto, receber um outro idêntico e anunciar a sua venda em um site.

"As investigações mostraram que, na última sexta, um motoboy foi questionado sobre um telefone de última geração que deveria ter sido entregue, mas que na verdade foi entregue no bairro Sion, e esse indivíduo, já com o golpe montado, alegou que não havia recebido. A polícia conseguiu localizar na internet a venda desse mesmo equipamento e conseguimos fazer a prisão em flagrante", detalhou o delegado.

Conforme informado, o suspeito é de classe média alta e trabalha, oficialmente, como vendedor de ternos. No momento de sua prisão, ele teria apresentado tranquilidade com o fato e não negou as acusações.

Foram apreendidos três telefones celulares e uma Toyota Hilux, que teria sido comprada com dinheiro ilícito. Ele foi encaminhado ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) do bairro Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte.

O administrador ainda não foi denunciado à Justiça porque há suspeita de que ele não agia sozinho, porque os produtos nem sempre eram comprados e vendidos no nome dele, e os endereços de entrega também eram diferentes. “A PCMG está atenta aos casos de estelionato e trabalha na identificação de outros indivíduos que possam estar envolvidos nessa organização criminosa, porque existe uma divisão de tarefas para que o crime possa ser consumado”, afirmou o chefe do 1º Departamento, delegado-geral Wagner Sales.

Conforme o delegado-geral, a prejudicada nem sempre é a empresa varejista. “A PCMG identificou esse modus operandi para o golpe de estelionato, que atinge grandes empresas que vendem pela internet, mas, sobretudo, prejudica principalmente os motoboys, entregadores e às vezes, um porteiro que recebe a mercadoria e passa a estar envolvido em uma situação dessas, quando na verdade o produto foi entregue, pois há um golpista por trás”, concluiu.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!