Feira Hippie

Fechamento 'tardio' causa prejuízos e leva incertezas a feirantes

Trabalhadores compraram mercadorias e alimentos porque o prefeito sinalizou, na quarta-feira, que não fecharia o comércio

Por Aline Diniz
Publicado em 06 de março de 2021 | 18:58
 
 
 
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Até a última quarta-feira (3), as 1.790 pessoas que atuam na Feira de Arte, Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena, a Feira Hippie, tinham a certeza de que trabalhariam neste domingo (7). Isso porque, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) havia informado que não retrocederia na flexibilização do comércio devido à pandemia.

No entanto, em um dia, a ocupação dos leitos de UTI Covid saltou de 74,4% para 81% — um crescimento de quase 7 pontos percentuais. O que mudou o cenário. Nessa sexta-feira (5), o mandatário informou, depois das 17 horas, que, a partir deste sábado, o comércio não essencial não poderia funcionar. "Ele poderia ter nos avisado antes, na quarta, ele falou que tudo ficaria normal. Compramos mercadoria", contou a feirante Christiane da Conceição Alves de Deus, de 44 anos.

Prejuízo

Christiane trabalha vendendo espetos de churrasco na feira. Ela comprou R$ 3.000 em carne, e não sabe o que fazer. "Não temos nenhuma estabilidade, ninguém se preocupa com a gente. Durante a pandemia, já vendi um carro. Agora, não tenho mais o que vender", contou. Ela mora com o pai aposentado e com o filho estudante, por isso, a feira é a principal fonte de renda da casa.

Ela disse ainda que os colegas estão "desesperados" . "Todo mundo está dormindo à base de remédios, não sabemos o que fazer", concluiu.

Confira a lista das feiras:

Feira de Arte, Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena (Feira Hippie);
Feira de Bebidas, Comidas Típicas e Antiguidades Tom Jobim da Avenida Carandaí;
Feira de Plantas e Flores Naturais da Avenida Carandaí;
Feira da Praça Duque de Caxias;
Feira do Bairro Sagrada Família;
Feira da Praça Comendador Negrão de Lima;
Feira do Bairro Jaraguá;Feira do Bairro Buritis;
Feira do Bairro São Gabriel;
Feira da Praça Diogo de Vasconcelos.

Só o essencial
 
Nessa sexta-feira (5), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) chamou uma coletiva de impresa para anunciar o endurecimento das restrições relacionadas ao funcionamento do comércio em Belo Horizonte. O mandatário informou que a situação é tão grave que não seria possível esperar o fim de semana para anunciar o "fechamento da cidade".
 
Agora, só podem abrir as portas comércios considerados essenciais para a população. Não há uma previsão de duração no retrocesso da flexibilização. Na ocasião, Kalil informou ainda que há três cepas do vírus circulando em Belo Horizonte.

A preocupação maior está na circulação sobre a variante detectada inicialmente no Rio de Janeiro, segundo o médico. “(Estudos mostram que) a P2 pode escapar do efeito da vacina, pode ter reinfecção e parece que ela pode ser mais grave, possivelmente com 30% de uma letalidade mais alta”, explicou o médico Unaí Tupinambás. 

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