"Não pode haver melhoria se o motorista dorme em bagageiro de ônibus porque não tem nenhuma relação trabalhista e recebe por viagem". Assim a Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Minas Gerais (FETTROMINAS) lamentou, nesta sexta-feira (24), a notícia do veto do governador Romeu Zema (Novo) ao Projeto de Lei 1155/15, que barraria os ônibus por aplicativo no estado.
"Somos mais de 250 mil pessoas com carteira assinada e todos com direitos trabalhistas assegurados", diz a federação antes de questionar a afirmação do governador, de que "os empregos são importantes, porém a evolução dos serviços é essencial para acompanhar a modernização e melhora do atendimento", com a denúncia de precariedade entre os trabalhadores dos aplicativos.
Ainda de acordo com a FETTROMINAS, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) cumpriu com o seu papel legislativo ao elaborar um projeto pautado na "legalidade" e que foi aprovado em dois turnos. "O veto do Executivo, traz à tona a preocupação da classe trabalhadora, que poderá ter seus direitos trabalhistas e benefícios das convenções coletivas totalmente desrespeitados", complementa.
A federação disse, ainda na nota, acreditar que os deputados farão a correção quando o projeto retornar à Casa. "Ao vetar o projeto, o governo mostra claramente o beneficiamento a uma única empresa, sem levar em conta as reais necessidades do povo mineiro, e não se preocupa com o emprego formal de nossos 250 mil trabalhadores, que, se somados aos dependentes, alcançamos mais de um milhão de pessoas", argumenta.