Tradição

Festival de Folia de Reis reúne 25 grupos em Contagem

Tradicional festa reúne foliões de diversas cidades de Minas Gerais, na Escola Municipal Maria do Amparo, para comemorar a visita dos três reis magos aos menino Jesus

Por Vinícius Lacerda
Publicado em 11 de janeiro de 2015 | 16:26
 
 
 
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Violas, sanfonas, tambores e cerca de 1.000 pessoas estiveram presentes na 33° Festival de Folia de Reis, no bairro Industrial, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta tarde de domingo (11). A tradicional festa reúne foliões de diversas cidades de Minas Gerais, na Escola Municipal Maria do Amparo, para comemorar a visita dos três reis magos aos menino Jesus.

Nesta edição, a festa reuniu 25 grupos de 25 cidades distintas do Estado mineiro que fizeram apresentações de até 15 minutos. Por trás da festa, que visa preservar as tradição católica e cultural, está o fundador e repentista José Darci Justiniano, 72. “Mudei para este bairro em 1962, depois disso reuni companheiros foliões de várias cidades do interior que também moravam aqui, e começamos reunir os grupos para se apresentarem. Assim, em 1982 surgiu a primeira edição do encontro, que contou com apenas três grupos”, lembra.

Para o líder do grupo de Itaúna, que desde a terceira edição do evento marca sua presença, Raimundo José da Costa, 82, o evento foi palco de grandes momentos de sua vida. “Antigamente, havia um concurso e os melhores eram premiados. Eu já ganhei três vezes em primeiro lugar. Mas para evitar problemas, tiraram com isso”, relata.

A morada do bairro, Judite Barbosa Souza, 50, por sua vez, afirma que o papel da o festival vai além de manter costume vivo. “Todo mundo já espera esta festa aqui e do bairro também porque muitas pessoas que já moraram aqui retornam, daí é uma oportunidade de encontrarmos”, conta.

Durante a festividade, foram entregues certificados aos selecionados pelo Prêmio Mestres e Mestras dos Saberes, Grupos e Comunidades de Culturas Tradicionais de Contagem-2014. A premiação deu a cinco grupos da cidade, que tem em sua gênese a intenção de manter hábitos folclóricos vivos, a quantia de R$ 5.000.

Fim do legado? Embora a escola estivesse repleta de famílias, com adolescentes e crianças, Justiniano sente que, a cada ano, a folia desaparece um pouco por falta de interesse dos mais novos. Mesmo tendo o suporte dos cinco filhos para a produção da festa. “A verdade, é que os mais jovens não estão interessados. E isso é uma luta para manter viva esta tradição, pois acho que quando acabar vai deixar um buraco muito grande”, opina. ​

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