Sem feridos

Fogo destrói anexo da Santa Casa e assusta pacientes e população

Ainda não há informações sobre a origem do incêndio, mas os bombeiros chegaram a registrar pacientes passando mal por causa da fumaça

Por JULIANA BAETA / JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 04 de maio de 2016 | 19:22
 
 
 
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Um incêndio de grandes proporções atingiu, na noite desta quarta-feira (4), um dos 13 anexos da Santa Casa de BH, no bairro Santa Efigênia, região Leste de Belo Horizonte. A princípio a informação era de que o incêndio teria ocorrido na capela da parte desativada da maternidade Hilda Brandão, que fica atrás do hospital, porém, o santuário não chegou a ser atingido.

De acordo com o assessora da unidade de saúde, Rodrigo Almeira, no prédio, que  provavelmente teve perda total, funcionava a engenharia clínica e o centro de pesquisas da Santa Casa. Ainda não há como precisar o tamanho do prejuízo, mas vários equipamentos que passavam por manutenção provavelmente se perderam. 

O anexo tem cerca de 70 anos e até a década de 90 abrigava o alojamento da freiras que trabalhavam no hospital. Desde então o prédio passou a ser voltado para a função mais acadêmica.

O incêndio começou por volta das 18h no segundo dos quatro pavimentos do prédio anexo. Por se tratar de um prédio administrativo, no horário quase todos os funcionários já haviam ido embora, evitando vítimas mais graves. 

Apesar do hospital afirmar que não houve vítimas e que não foi necessário evacuar nenhum paciente, inicialmente o Corpo de Bombeiros relatou o registro de pacientes passando mal por causa da fumaça e gritos de socorro vindos do local. Segundo o assessor o hospital funciona normalmente.

Segundo o tenente coronel Tadeu do Espírito Santo, comandante do 1º Batalhão dos Bombeiros, a corporação chegou ao local logo após o início das chamas e constataram que o fogo teria começado no segundo pavimento. "Não havia vítimas, o que foi confirmado durante o rescaldo, e nem feridos ou intoxicados. O trabalho foi intenso, com 14 viaturas, 44 militares e 10 mil litros de água utilizados", precisou. 

O trabalho inicial foi focado para evitar que as chamas chegassem ao almoxarifado, onde haviam alguns cilindros de oxigênio que poderiam causar explosões. O piso de madeira do 3º pavimento, ainda segundo o tenente coronel, pode ter facilitado a expansão do incêndio. "O prédio está isolado e a estrutura e a causa do incêndio serão analisados pelos peritos. Mas, aparentemente, a estrutura foi comprometida sim", afirmou o militar. 

Susto

A estudante de direito Suely Xavier, 52, saía da aula quando se deparou com as chamas. "Achei que era no hospital e liguei imediatamente para os bombeiros, que já estavam a caminho. Fiquei desesperada, tenho uma prima que trabalha no hospital. Todo mundo ficou apavorado, principalmente quando falaram que era na maternidade", conta. 

Há 15 como funcionária da Santa Casa, a reumatologista Claudia Neiva, 42, trabalhava no centro de pesquisas que ficava no anexo atingido pelas chamas. "Tenho muito carinho pelo hospital. É uma tristeza enorme, pois construí minha vida profissional nesse centro de pesquisa. O mais importante é que não houve vítimas, mas é um hospital que passa tanta dificuldade e que terá que reerguer este anexo tão importante, onde desenvolvemos as pesquisas. Não sei onde vou trabalhar amanhã", lamenta. 

O médico  Antônio Machado, que trabalha há 40 anos na Santa Casa, trabalhava no momento do incêndio e desceu para acompanhar os trabalhos. "É muito triste ver isso. O centro de estudo era onde dávamos aulas aos residentes e desenvolvíamos pesquisas. Tinha uma labareda de quase 10 metros de altura. Esperamos que empresários se solidarizem para nos ajudar a levantar o anexo outra vez", cobra. 

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Atualizada às 21h03

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