Palavra de especialistas

Frio e seca aumentam as doenças respiratórias e pioram quadro de coronavírus

Nessa época, de acordo com especialistas, a disseminação de doenças respiratórias pode ser aumentada e quem já está doente pode ter a situação agravada

Por Natália Oliveira
Publicado em 16 de junho de 2020 | 16:46
 
 
 
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O período de clima mais seco que começou em maio em Minas Gerais, aliado ao frio dos meses de junho e julho, faz com que aumentem as doenças respiratórias, como é o caso do novo coronavírus (Covi-19). Nessa época, de acordo com especialistas, a disseminação de doenças respiratórias, inclusive o coronavírus, pode ser aumentada e quem já está doente pode ter a situação agravada.

“Vírus respiratórios em geral e o Sars-cov-2 (que causa a Covid-19) não deve fugir à regra, se disseminam mais facilmente em época fria. E a gente pode dar o exemplo do influenza, que é o vírus da gripe. A gente sabe que os problemas respiratórios, mesmo os não infecciosos como asma e bronquite também pioram o quadro clínico em momentos com baixa umidade do ar. O tempo seco pode piorar os efeitos do covid-19 e agravar a situação das pessoas que já estão internadas”, analisa o infectologista Leandro Cury.

Neste período, segundo os especialistas, a hidratação é extremamente importante. “O tempo seco irrita e inflama as mucosas principalmente da garganta, as deixando mais fragilizadas e com imunidade mais baixa,  favorecendo assim  a multiplicação de vírus e bactérias. No período seco tem que manter as mucosas bem hidratadas, tomando muito líquido, assim se diminui a secura e irritação e diminuem  as chances de se contaminar com vírus”, explica o infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do comitê gestor de combate ao coronavírus da Prefeitura de Belo Horizonte.

Nas cidades que vão viver a escassez de água, o combate ao novo coronavírus pode ficar prejudicado. “Uma possível falta de água agrava a situação da limpeza, uma vez que um dos critérios mais fáceis de desinfecção é lavar as mãos e superfícies com água e sabão. Então, se faltar água isso compromete a higienização e causa a disseminação do vírus, uma vez que ele fica vivo em superfícies que precisam ser limpas sempre”, diz Cury. Segundo o infectologista, em caso de falta de água, uma alternativa é utilizar álcool em gel nas mãos e usar produtos de limpeza nas superfícies. 

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou, por meio de nota, que “há a percepção no aumento de casos de doenças respiratórias no período do outono e inverno, entre elas a influenza e este podendo potencialmente ser intensificada pela chegada da Covid-19”.

Segundo o órgão, para minimizar, os impactos da doenças respiratórias, são intensificados as campanhas de imunização da população por meio de vacinas, como a da gripe. Os hospitais, segundo a secretaria, estão aptos para receber os doentes com problemas respiratórios.

Também pensando nos cuidados com a saúde, a secretaria afirmou que as ações da vigilância sanitária serão intensificadas principalmente em relação a qualidade da água consumida pela população.

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