Dois guardas municipais foram detidos, na manhã desta quarta-feira (22), acusados de terem ameaçado moradores do bairro Jardim Pirineus, na região Leste de Belo Horizonte. Os agentes, que estavam de folga e sem farda, portavam suas armas particulares e estariam acompanhando um homem que dizia ser proprietário de um terreno e que ordenava a saída de moradores do lote sob ameaça.
O sargento Dalson Ferreira Vitor, do 22º Batalhão da Polícia Militar (PM), explica que a corporação foi acionada por moradores da rua Sebastião Teodoro que afirmavam ter sido ameaçados por três homens, sendo que dois deles estariam armados. "O solicitante explicou que ele e outras pessoas vivem em um terreno, como inquilinos, cujo proprietário faleceu na última semana. Hoje (quarta) eles foram surpreendidos por essa pessoa que disse que o terreno era dele e que eles teriam três dias para sair", lembrou o militar.
Durante a abordagem ao morador, o suposto dono do lote ainda disse que, se eles não deixassem o local no prazo, iria "desocupar a força", enquanto os guardas mostravam as armas que estavam nas suas cinturas. Após a ameaça velada, o trio teria entrado em uma caminhonete vermelha e ido embora.
O veículo acabou interceptado no meio do caminho pela PM, sendo que os dois homens armados se identificaram com guardas municipais de folga e confirmaram que estavam armados, mas negaram a todo momento ter ameaçado os moradores. "Disseram que são conhecidos do outro homem e que uma amiga em comum pediu para eles o acompanharem até o local por estar com medo de ir sozinho. Eles dizem que não receberam nada para isso", detalhou o sargento Vitor.
A princípio, o suposto proprietário do terreno afirmou aos policiais que comprou o terreno na mão de um pastor conhecido dele e que teria a documentação do lote, porém, após ser encaminhado à Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal (Deajec), o homem mudou de versão. "Agora ele diz que a documentação que tem é de outro terreno. Não sabemos sequer se é realmente dono do local", concluiu o policial.
Guarda investigará atitude dos agentes
A assessoria de imprensa da Guarda Municipal de Belo Horizonte (GMBH) informou que as armas usadas no momento da prisão pelos guardas eram particulares, já que o armamento da corporação é devolvido pelos agentes ao fim do expediente. Os dois tinham porte de arma particular.
"Já determinamos a abertura imediata de um procedimento de investigação pela corregedoria, que definirá se caberá alguma medida administrativa cabível", concluiu a GMBH.