Torturas, agressões psicológicas e ameaças por causa de uma suposta traição fizeram com que a Polícia Civil de Minas Gerais pedisse pela prisão preventiva de um homem de 38 anos. Ele é suspeito de ser o autor da violência brutal contra a própria companheira, uma mulher de 24 anos.

"A vítima chegou aqui na delegacia sem conseguir descer do carro, dado sua situação física. Ela foi agredida por horas, dentro da própria casa. Um dos casos mais chocantes de agressão que já vi em dez anos como delegada", relata Mellina Clemente, da Delegacia de Atendimento à Mulher de Contagem. 

Segundo o depoimento da vítima aos policiais, no dia 17 de junho, o casal deixou a filha de 6 meses com os avós paternos para curtirem um show de pagode. "Foi uma noite tranquila, segundo ela. Eles chegaram em casa, e, no início da manhã seguinte, ele sugeriu que fizessem uma brincadeira. Ele amarrou os pés e as mãos da companheira e, na sequência, iniciou as agressões", acrescentou a delegada.

Foram horas apanhando com uma mangueira, socos e chutes. "Ela perdeu a consciência diversas vezes. Em determinado momento, ele a levou para o chuveiro, fazendo com que ela quase afogasse e também chegou a jogar álcool no cabelo dela", disse.

No meio da tarde, os pais do agressor, que estavam com a neta, foram à casa da família entregar a bebê. Ao chegarem lá, segundo a delegada, o homem, muito nervoso, não deixou os pais entrarem, o que causou uma desconfiança. "Naquele mesmo dia, teria uma festa de família, e, como o casal não apareceu, os parentes começaram a mandar mensagens, ligar, perguntando sobre eles. O homem, então, deixou com que a vítima mandasse uma mensagem para a sogra, mas falando que estava tudo bem", completou. 

Na mensagem, a mulher disse pediu a sogra que levasse um pedaço de bolo pra ela, mas enfatizou que o doce fosse entregue pessoalmente à ela. "A sogra, que já estava desconfiada, imediatamente foi à casa do filho, que mais uma vez, não deixou ninguém entrar. Os pais dele insistiram e conseguiram entrar. Ao verem a mulher naquela situação, chamaram a Polícia Militar e o homem fugiu", disse.

Ele ficou foragido até essa quinta-feira (29), quando a polícia conseguiu capturá-lo  e prendê-lo preventivamente. O homem alegou que a violência foi uma questão espiritual. A mulher, que precisou de atendimento médico, está com medida protetiva contra o homem, que poderá responder por tortura.