Estelionato

Homem que fingia ser policial civil e enganava até a namorada é preso em BH

Ele dizia à mulher que trabalhava como psicólogo da corporação; com o suspeito, foram apreendidos certificados falsos e uma camiseta da Polícia Civil

Por Mariana Nogueira e Luiz Fernando Motta
Publicado em 18 de junho de 2019 | 08:23
 
 
 
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Um homem de 43 anos foi preso na madrugada desta terça-feira (18) no bairro Goiânia, na região Nordeste de Belo Horizonte, por se passar por policial civil para dar golpes em namoradas e conhecidos. O suspeito, que já foi preso 23 vezes por falsificação de documentos, falsidade ideológica, estelionato e porte de arma, ganhava a vida arrecadando dinheiro em troca da promessa de que conseguiria cargos públicos para as vítimas. 

“Ele utilizava dessa falsa identidade para angariar confiança e status social. Ele falava que o pai era desembargador, ganhava a confiança das pessoas, começava a se relacionar com várias mulheres ao mesmo tempo e ia conseguindo retirar dinheiro dessas pessoas com quem ele convivia. Ele dizia que com a influência que ele tinha e que a família tinha, ele conseguiria inserir as pessoas no mercado de trabalho, que ia conseguir oportunidade, mas pra isso elas tinham que na contrapartida investir um dinheiro porque ele ia conseguir isso e aquilo”, explicou o tenente Max Rodrigues. 

O homem estava na porta de casa com uma das namoradas, uma mulher de 43 anos, e uma amiga quando foi abordado pela PM. De acordo com a corporação, ele estava olhando para o veículo Hyundai I30 da companheira e tentava convencê-la de que ele precisava ficar com o carro dela, o que levantou a suspeita dos oficiais que faziam o patrulhamento na região. 

Ao ver o namorado ser abordado, a mulher pediu que ele contasse aos oficiais que era policial civil. Segundo a polícia, ele tentou disfarçar, mudando de assunto e dando sinais para que ela parasse de falar, mas os PMs notaram o nervosismo dele e foram até a casa realizar uma vistoria. No local, foram encontrados certificados falsos de pós-graduação em "psicologia, políticas públicas, direitos humanos, práticas psicossociais, psicologia comportamental e psicologia jurídica".

Além de duas carteiras de identidade funcional com nome falso e constando que ele estaria apto a portar arma de fogo. Em outro documento, constava que o criminoso teria habilitação para conduzir aeronaves. Os militares ainda encontraram uma camisa da Polícia Civil, uma réplica de pistola, três celulares, cerca de R$ 150 em dinheiro e um equipamento usado para bloquear sinal de tornozeleira eletrônica. 

De acordo com a polícia, ele teve o objeto implantado no corpo na última prisão, da qual saiu há cerca de seis meses. Para disfarçar o equipamento e não ser notado pelas vítimas, ele contava que havia feito uma cirurgia recentemente e precisava usar uma cobertura por cima do ferimento, que acabava tampando a tornozeleira.

A polícia informou que, durante o registro da ocorrência, o homem recebia a todo momento diversas mensagens no WhatsApp de mulheres às quais ele teria prometido emprego e facilidades em concursos públicos.

Aos policiais, ele negou as acusações, disse que possuiu as carteiras no passado e que trabalha atualmente como motoboy. O suspeito foi preso e encaminhado à Central de Flagrantes I. O caso será investigado pela Polícia Civil.

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