Flávio Santos da Silva, de 38 anos, foi condenado nesta sexta-feira (14) a 16 anos de prisão em regime fechado por matar a facadas a advogada Monalisa Camila da Silva, de 35, após uma discussão dentro do escritório em que ela trabalhava. O crime aconteceu em julho de 2018 no bairro Betânia, região Oeste de Belo Horizonte, e o réu confessou o crime.
Ele foi condenado por quatro qualificadores: motivo torpe, recurso que dificultou defesa da vitima, meio cruel e feminicidio - a informação foi confirmada pela advogada da família da vítima, Nicole Gásparo. Antes do julgamento, ela disse a O TEMPO que a expectativa era de uma condenação entre 12 e 30 anos de reclusão.
O caso
A briga do casal, que resultou na morte da advogada, teria começado porque o homem foi até o escritório para pedir dinheiro emprestado e, após a vítima negar o empréstimo, ele começou a tirar satisfações com ela sobre uma festa que ela teria ido dias antes, mesmo após o término do relacionamento. Durante a discussão, ele teria proferido as facadas.
De acordo a advogada da vítima, o autor é violente e desde a época tem feito ameaças à mãe de Monalisa, por acreditar que ela teria sido a responsável pelo fim do relacionamento do casal.
“As ameaças continuaram, dentro do presídio não tem como, mas agente descobriu uma página no facebook que ele mantinha lá de dentro. A família ainda tem muito medo dele ser solto e a gente continua pedindo para mantê-lo preso, independente a condenação. Já que a defesa deve pedir para ele recorrer em liberdade. As ameaçadas dizem que o dia dele vai chegar, as ameaças são mais ou menos dessa forma. A Família tem medo dele sair e vir atrás da mãe dela, fazer a vingança que ele disse que ia fazer”, explica.
Ainda segundo a advogada, o casal tem um filho, que atualmente tem 14 anos e mora com a avó. Dez dias antes de ser morta pelo ex-marido, Monalisa havia conseguido medida protetiva na Justiça contra o ex-companheiro.
Ao todo, sete jurados populares participaram do julgamento. Flávio, que já estava preso, não poderá recorrer da sentença do juiz Leonardo Vieira Damasceno em liberdade. A reportagem não conseguiu contato com sua defesa.