na mira

Idoso é preso vendendo anabolizantes na região da Pampulha, em BH

No apartamento do suspeito, Polícia Civil descobriu um verdadeiro laboratório clandestino de medicamentos e anabolizantes

Por CAMILA KIFER
Publicado em 18 de julho de 2016 | 12:47
 
 
 
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Um idoso, de 81 anos, foi preso por comercializar de forma clandestina medicamentos e anabolizantes no bairro Santa Branca, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. No apartamento do suspeito, que foi detido na última sexta-feira (15) e apresentado nesta segunda (18), a Polícia Civil descobriu um laboratório de fabricação e adulteração de substâncias ilegais.

Foram apreendidas no local várias caixas com frascos, rótulos, bulas, tampas, uma balança de precisão, alicates, óleos e solventes. Entre os selos falsificados, estavam os dos seguintes anabolizantes: Boldenona Undecilenato, Nantato 300, Equipiose e Testosterona Cipionato.

De acordo com o delegado Matheus Cobucci, responsável pelo caso, o idoso utilizava detergente, óleo de cozinha e até bronzeador na composição das substâncias apreendidas. "Ele usava esses produtos para tentar alterar a coloração dos medicamentos para tentar deixá-los mais próximos da cor original", explicou.

Além de fabricar os medicamentos e anabolizantes, o suspeito também os comercializava para adeptos de exercícios físicos como musculação. "Identificamos que os alunos de academia seriam os compradores desses produtos ilegais, tendo em vista que a maior parte do material encontrado era de anabolizantes e de substância similares que auxiliam na construção de massa muscular", ressaltou Cobucci.

A Polícia Civil recomenda que todas as substâncias adquiridas em compras com o suspeito sejam imediatamente descartadas. "Uma vez que esses medicamentos não passaram por nenhuma espécie de teste de qualidade e nem por fiscalização, a interrupção do uso e o descarte devem ser imediatos", orienta.

Segundo o delegado, o descarte pode ser feito normalmente no lixo.

Prisão

O suspeito detido foi encaminhado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil de Belo Horizonte (Ceflan). Após ser ouvido, o suspeito foi encaminhado para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional Centro-Sul (Ceresp).

A polícia acredita que mais pessoas estejam envolvidas no esquema, como o filho e a mulher do idoso. As investigações continuarão com o objetivo de prender os outros envolvidos no crime.

A investigação

O caso foi descoberto por investigadores da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Venda Nova. Na sexta-feira, os policiais civis, empenhados em outra investigação, estavam parados próximo a um posto de combustível do bairro, quando perceberam uma situação suspeita. 

Os investigadores observaram que havia um idoso parado próximo ao local, com um embrulho nas mãos, aparentando estar esperando por alguém. Em um determinado momento, um carro estacionou dentro do posto, e o motorista desceu, atravessou a avenida e seguiu em direção ao idoso.

Após uma rápida conversa, o condutor passou uma certa quantia em dinheiro para o suspeito, que o entregou o embrulho.

De posse da encomenda, o motorista saiu do local às presas e os investigadores conseguiram abordá-lo Dentro do carro, foram encontrados dois frascos de anabolizantes. O suspeito alegou ter adquirido o material ilegal com o idoso. Ele foi ouvido e liberado.

Os investigadores retornaram para o local, onde conseguiram prender o idoso em flagrante. Já no apartamento dele, os policiais encontraram um vasto material para a produção e embalagem do material ilícito.

Aos policiais, o idoso negou estar envolvido no crime e disse que o material era do filho, que seria o responsável pela adulteração e comercialização dos produtos. No entanto, a polícia acredita que ele tenha participado ativamente do esquema criminoso.

"Ele trabalhou muitos anos como representante da indústria farmacêutica, o que nos leva a crer que ele tenha usado a sua experiência no empenho da falsificação desses produtos medicinais e terapêuticos", afirmou o delegado Matheus Cobucci, que conduziu a prisão.

No interior

Na última semana, a polícia prendeu três moradores da cidade de Conselheiro Lafaiete, na região Central do Estado, que usava o fisiculturismo para encobrir a venda de anabolizantes em municípios mineiros.

O trio, que negociava as substâncias pelo Facebook e pelo WhatsApp, foi detido em flagrante após quatro meses de investigações.

Todos os três detidos, que não tiveram os nomes revelados, participavam de campeonatos de fisiculturismo. Entre eles, estão instrutores de academia e comerciante de suplementos alimentares.

A Polícia Civil acredita que o anabolizante vendido era fruto de medicamentos medicinais adulterados nas próprias casas dos suspeitos.

Os alvos dos suspeitos eram os alunos de academias dessas cidades. Cada caixa do anabolizante chegava a ser vendida por R$ 400. "Procuravam por esse produto aquelas pessoas que esperavam um resultado imediato. O medicamento adulterado era enviado pelos Correios ou entregue diretamente", relatou o delegado.

Os suspeitos foram ouvidos e encaminhados para o presídio de Conselheiro Lafaiete, onde permanecem a disposição da Justiça. As investigações continuam para tentar identificar outros envolvidos.

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