Foi realizada nessa segunda-feira (17) em Bréscia, na Itália, a segunda audiência do processo contra Claudio Grigoletto, o piloto e empresário acusado de matar a mineira Marilia Rodrigues, assassinada em 29 de agosto na cidade de Gambara. Chefe e amante da mulher de 29 anos, além de pai da criança que ela esperava, o empresário relatou a sua versão dos fatos em um depoimento de mais de duas horas.
Segundo ele, Marilia foi morta após uma discussão sobre o apartamento que os dois estavam procurando. "Marília tinha uma tesoura nas mãos e tentou me atingir na garganta. Então, eu a peguei por um braço e a derrubei. Ela se chocou contra o batente da porta e começou a perder sangue da cabeça. Suas pernas tremiam. Então, eu coloquei as mãos no seu pescoço dela e o apertei", contou Grigoletto, que chorou várias vezes enquanto reconstituía o crime.
"Eu não queria acreditar naquilo que tinha feito, mas eu tinha consciência de tê-la matado. Quando percebi que estava morta, abri o gás da caldeira do escritório. Espalhei amônia e ácido clorídrico pelo corpo, depois peguei alguns jornais e tentei colocar fogo sobre ele", acrescentou o acusado.
De acordo com o réu, antes de cometer o crime, ele pensou várias vezes em se suicidar por conta das dificuldades econômicas que enfrentava e porque estava cada vez mais difícil esconder o caso com a brasileira da sua esposa, com quem tem duas crianças.
Grigoletto também relatou que sabia que a verdade seria descoberta em questão de horas, e que inicialmente negou o crime para aproveitar seus últimos momentos "de felicidade" com os filhos.
O corpo de Marilia foi encontrado em agosto do ano passado dentro do escritório da companhia da qual o acusado é um dos sócios, a Alpi Aviation do Brasil. A mineira estava grávida de cinco meses do italiano. O processo vai continuar no próximo dia 17 de abril, quando deverá ser conhecida a sentença do júri.