A 4ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Comarca de Belo Horizonte começa, nesta quinta-feira (1º de fevereiro), a ouvir os seis réus e 24 testemunhas sobre o caso da falsa enfermeira que aplicou supostas vacinas de Covid-19 em empresários na capital mineira. A aplicação ocorreu dentro de uma garagem de ônibus em março de 2021, quando o imunizante estava disponível apenas para o grupo de risco.
A audiência de instrução está prevista para iniciar às 13h desta quinta-feira no “novo” Fórum Lafayette. Entre as testemunhas ouvidas está o empresário Rômulo Lessa, dono da empresa onde ocorreu a vacinação. Ele foi intimado em casa durante a tarde do último dia 22.
Inicialmente, havia um pedido do Ministério Público sobre uma irregularidade, que poderia ocasionar o adiamento da audiência. Nessa quarta-feira (31 de janeiro), entretanto, o juiz Rodrigo Heleno Chaves afirmou que a questão foi sanada e que o expediente para a realização da audiência foi cumprido, mantendo a audiência.
A defesa da falsa enfermeira pediu que a cliente fosse ouvida por meio de videoconferência, o que foi aceito pelo juiz. Os seis réus respondem pelos crimes de associação criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica.
Conforme a denúncia do Ministério Público, a falsa enfermeira preparava e aplicava as substâncias por ela descritas como imunizantes contra a Covid-19, utilizando o nome do laboratório Pfizer, fazendo as vítimas acreditarem que se tratavam de vacinas contra o coronavírus, quando, na realidade, a substância aplicada tratava-se de soro fisiológico. Ela fornecia às vítimas dos crimes de estelionato sua conta bancária e também de integrantes do seu núcleo familiar, também denunciados, para depósitos dos valores dos falsos imunizantes.