A Justiça concedeu, nesta quinta-feira (15), uma liminar à um dos clientes do bufê Tereza Cavalcanti, que fechou as portas há dois dias deixando de cumprir cerca de 500 contratos, bloqueando bens das contas dos sócios. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o bloqueio foi concedido, porém, a decisão ainda deve ser publicada nos próximos dias.
A empresa já soma um total de 18 ações na comarca de Belo Horizonte, sendo que os processos vão de execuções fiscais até pedidos de indenização por danos morais. O casal Alexandre Scotti e Vanessa Souza Pinto foram os autores da ação que bloqueou os bens da empresária Simone Pereira Passos, filha da fundadora do bufê.
Segundo o advogado do casal, Bernardo Simões Coelho, ele entrou com a medida cautelar ainda na quinta-feira. " Felizmente conseguirmos que a juíza concedesse a liminar no mesmo dia. Agora estou com outros oito clientes que darei entrada ainda nesta sexta-feira ou, no mais tardar, na segunda-feira (19)", afirmou. Entre os lesados pelo bufê, estão alguns casais que chegaram a pagar mais de R$ 20 mil.
O casal que conseguiu a liminar havia pago o valor de R$ 6 mil dois dias antes do bufê fechar as portas sem dar satisfações aos clientes. "Mas temos caso de clientes que efetuaram o pagamento um dia antes do fechamento. E, ao que tudo indica, de forma planejada, a Simone pediu que os valores fossem depositados na conta pessoal dela", afirmou Coelho. Por isso, a liminar bloqueia as contas do bufê, da fundadora e da filha dela.
Sem resposta
A contadora Danúbia Pitangui, de 31 anos, também entrou com uma ação para tentar conseguir os R$21.400 pagos à vista em novembro do ano passado ao bufê. "Até o momento ainda não tive nenhum retorno da Justiça. O casamento aconteceria no dia 2 de agosto e, agora, estou procurando desesperadamente por outros bufês", conta.
O Tereza Cavalcanti foi o primeiro bufê procurado pela noiva, pois já tinha ido a alguns casamentos e conhecia os serviços. "Estamos receosos, tanto pela questão do pagamento quanto por não termos nenhuma referência. Sem falar que teremos que desembolsar todo o valor que já não temos mais", lamentou Danúbia.
A contadora ficou sabendo do fechamento da empresa pela internet, através de um grupo formado por noivas. "A princípio nós não acreditamos que isso estava acontecendo. Na quarta tentamos ver o que poderia ser feito e, como vimos que nada aconteceria, fiz um Boletim de Ocorrência e já entrei na justiça". relata.
Ainda conforme a cliente do bufê, ainda na quarta-feira de manhã algumas outras clientes chegaram a conseguir falar com a Simone. "Ela disse que não poderia fazer nada por nós, que o melhor que faríamos seria entrar na justiça. Agora o que podemos fazer é torcer para a Justiça resolver rápido", finalizou a contadora.