A Promotoria de Justiça de Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, emitiu uma recomendação para que as ruas e praças públicas da cidade onde ocorrem folias de carnaval não sejam lavadas diariamente. A proposta foi direcionada tanto para a prefeitura quanto para a Liga Carnavalesca da Cidade e foi divulgada nesta terça-feira.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a medida visa evitar o agravamento da falta de água no município. Mesmo diante das informações sobre o baixo nível do Sistema Paraopeba, a prefeitura emitiu um boletim em que informava aos moradores em que "se compromete a realizar a limpeza das ruas da cidade em todos os dias de evento”. Na cidade estão agendados 10 dias de festas carnavalescas.
Para a promotora de justiça Mirella Giovanetti Vieira, a medida é antagônica a recomendação da Copasa para reduzir o consumo em 30%. “Além de configurar, em tese, ato de improbidade administrativa, por violação aos princípios da Administração Pública”, destacou.
A prefeitura divulgou nesta terça-feira uma nota em que Ormindo Diniz, presidente da Liga Carnavalesca, informa que a água usada para lavar as ruas será retirada do Ribeirão Felipão, imprópria para o consumo humano e que não interfere no abastecimento de água potável na cidade.
Proprietário de um mercado que fica em frente a Praça Getúlio Vargas, local que concentra as principais apresentações e blocos de carnaval da cidade, Mauro Sérgio Resende de Oliveira acredita que deixar de lavar a praça e as ruas do entorno é impossível, já que o mal cheiro após as noites de festa é insuportável.
Ele defende a realização do carnaval, apontada por ele como importante para o comercio e para a economia local, mas acha que os dez dias de folia não condizem com a falta de água atualmente enfrentado. "No centro ainda não temos falta de água, mas pela gravidade do problema o prefeito está esquecendo de olhar para o futuro", avalia.