Triângulo Mineiro

Mãe e padrasto são suspeitos de torturar até a morte menina de 4 anos em Uberaba

A criança foi levada a um hospital após ficar roxa e com hematomas pelo corpo; testemunhas relatam que ela era frequentemente agredida

Por Natália Oliveira
Publicado em 08 de abril de 2020 | 12:32
 
 
 
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Uma menina de quatro anos morreu após ser espancada em Uberaba, no Triângulo Mineiro, nesta terça-feira (7). Os principais suspeitos do crime são a mãe o padrasto dela que foram presos em flagrantes e autuados, pela Polícia Civil, por tortura qualificada pelo resultado de morte. 

A criança foi levada ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), onde foi constatada a morte e a Polícia Militar foi acionada. A mãe, de 22 anos, disse aos policiais militares que trabalhou até 16h e que a filha ficou em casa com o companheiro dela e padrasto da vítima, de 23 anos. 

A mãe disse ainda que ao chegar em casa encontrou a filha dormindo e com manchas no abdômen. Depois disso, a criança tomou um copo de água reclamou de dores. A menina então ficou roxa e desfaleceu. A suspeita pediu socorro a um vizinho e levou a filha para o hospital junto com o companheiro.

Depois de exames médicos foi constatado que a menina tinha lesões físicas externas aparentes e em órgãos internos como baço e intestino. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) onde deve passar por mais exames. 

A Polícia Civil procurou a suspeita que deu versões contraditórias sobre sua rotina no dia da morte da vítima. Primeiro ela falou que a criança estava na casa dos pais do companheiro dela, mas depois admitiu que ela  tinha passado o dia só com o padrasto, na casa do casal. 

Depois a suspeita afirmou que mentiu por que queria proteger o companheiro, já que, na versão dela, "a culpa cai sempre naquele que não é da família".  O padrasto da criança foi localizado pela Polícia Militar e disse que passou o dia com a enteada nesta terça-feira e que mais ninguém esteve com os dois. Ele também deu versões contraditórias sobre sua relação com a criança e negou que a tenha agredido. 

Testemunhas relatam agressões

Durante as investigações, as polícias Militar e Civil descobriram que na escola onde a menina estudava havia relatos de violação dos direitos da criança praticados pela mãe e padrasto dela. Vizinhos da vítima também disseram que a escutavam chorando frequentemente, mas sem certeza se eram cometidas violências, nunca acionaram à Polícia Militar. 

O homem que socorreu a criança contou que ela teve convulsões durante o trajeto. Uma tia da vítima disse que ouviu de seus familiares que a sobrinha era agredida e castigada frequentemente pelo padrasto e que o homem já tinha afogado a criança durante um banho. 

Drogas e munição na casa do casal

Trabalhos de perícia são realizados e na casa do casal foram encontrados pés de maconha e munição. Foram recolhidos celulares dos suspeitos. Não se sabe se a mulher também torturava a criança, mas ela era ao menos omissa no caso. O homicídio segue em investigação. Os suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional. Por exames e trabalhos preliminares a Polícia Civil constatou que a menina era frequentemente violentada. 

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