O maestro do coral infanto-juvenil da tradicional Vesperata, de Diamantina na região do Jequitinhonha, que foi preso na quarta-feira (22 de novembro) sob a suspeita de estuprar uma adolescente de 13 anos, já foi indiciado anteriormente por crimes sexuais. A informação foi divulgada pela delegada responsável pela investigação, que pediu, ainda, que pessoas com informações sobre o caso, ou novas vítimas do homem de 40 anos, procurem a Polícia Civil.
"Na data de ontem foi preso em flagrante, na cidade de Diamantina, um indivíduo de 40 anos pela prática de estupro de vulnerável. Esse indivíduo era professor de música da vítima, uma adolescente de 13 anos. As investigações estarão a cargo da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Diamantina, que já indiciou esse mesmo indivíduo em 2019 pela prática de fatos análogos", afirmou a delegada Kiria Orlandi.
"Se você tiver alguma informação que possa contribuir com a investigação, entre em contato com a Deam pelos telefones (38) 3531-6650 ou (31) 9 7558-3029", completou a Polícia Civil.
O caso veio à tona nesta quinta-feira (23) e ganhou bastante repercussão por se tratar da Vesperata, festa tradicional que é um concerto no qual os músicos se apresentam nas sacadas dos prédios históricos e são regidos pelos maestros, que ficam nas ruas da cidade.
"Muita coisa vai aparecer", dizem moradores
Nas redes sociais, diversos relatos indicam que novas vítimas do maestro deverão surgir em breve. "Várias denúncias desde 2019, várias tentativas para que tirassem esse monstro da banda. Vários anos de angústia, de meninas na banda com medo do que poderia acontecer, desistindo da música por medo desse monstro. Finalmente acabou. Que ele apodreça na cadeia", escreveu uma mulher.
"Quem já fez parte da banda mirim sabe. Muita coisa vai aparecer ainda", disse um rapaz. "Graças a Deus, a Justiça foi feita. Uma amiga lutava por isso", disse uma jovem.
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, o maestro foi conduzido na quarta-feira para a delegacia, onde prestou depoimento. Após a oitiva, o suspeito teve o pedido de prisão em flagrante ratificado por estupro de vulnerável e foi encaminhado para o sistema prisional, onde está à disposição da Justiça.
Após a prisão do suspeito, as atividades da escola de música, que pertence à prefeitura da cidade, foram suspensas por tempo indeterminado. Em comunicado enviado aos pais e responsáveis, a coordenação da escola informou sobre a suspensão das atividades da banda, sem detalhar o motivo. A direção pediu ainda que os alunos aproveitem o tempo para “estudar, praticar e aprimorar os seus conhecimentos musicais”, e agradeceu a “compreensão e o apoio de todos”.
Nessa quarta-feira (22), horas após a prisão do suspeito, um decreto determinando a exoneração do servidor foi publicado. O documento é assinado pelo prefeito de Diamantina, Juscelino Brasiliano Roque.
A reportagem de O TEMPO procurou a Prefeitura de Diamantina, que afirmou que foi comunicada do fato e vai se posicionar em nota oficial. A matéria será atualizada tão logo o posicionamento seja enviado.
Veja a nota da Polícia Civil na íntegra:
"A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que um homem, de 40 anos, foi conduzido e ouvido, na tarde de ontem (22/11), pela Central Estadual do Plantão Digital, no município de Diamantina. A autoridade policial ratificou a prisão em flagrante com base no Decreto Lei 2848/40, art. 217-A - estupro de vulnerável -, e o suspeito foi encaminhado ao sistema prisional, onde fica à disposição da Justiça. Um inquérito foi instaurado para a apuração do caso, e a investigação está a cargo da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, em Diamantina"
Com informações de Rayllan Oliveira