redução de tarifas

Manifestantes liberam centro de BH após quase três horas de protestos

No início do protesto, uma participante foi detida após discutir com policial sobre prisão de jovem que portava maconha

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 06 de fevereiro de 2014 | 17:59
 
 
 
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Os cerca de 100 manifestantes que protestaram nesta quinta-feira (6) pela redução no preço das passagens, interditaram todas as vias de acesso à Praça da Estação, na região Central de Belo Horizonte. Mais cedo, quando os manifestantes estavam apenas concentrados na Praça Sete, uma manifestante acabou detida pela Polícia Militar (PM). Após uma peregrinação pelo centro da capital, manifestantes terminaram o protesto, por volta de 20h30, em frente a Prefeitura de Belo Horizonte.

A reportagem de O Tempo acompanha o protesto desde o princípio, quando apenas cerca de 30 pessoas se concentravam no local. Por volta das 18h, os manifestantes fecharam por um tempo o trânsito na avenida Afonso Pena, no sentido Mangabeiras e, em seguida, o grupo seguiu no sentido rodoviária da avenida, onde queimaram uma catraca. Após algum tempo, o protesto voltou a fechar o trânsito no sentido Mangabeiras.

Por volta de 19h, manifestantes interditaram o tráfego na avenida Paraná e caminharam em direção a rodoviária de Belo Horizonte. Após isso, o grupo subiu a avenida São Paulo e pegou a Santos Dumont, onde ocorrem as obras do MOVE. Eles seguiram em direção à Praça da Estação, onde na quinta-feira (30 de janeiro) eles tentaram pular a catraca na Estação Central.

No trajeto, os jovens pararam um ônibus da linha 5390 na rua Caetés. Os manifestantes queriam convencer as pessoas que estavam no interior do coletivo a pularem a catraca. Porém, com a presença da PM, os passageiros ficaram amedrontados e ninguém aderiu ao protesto.

Em seguida, manifestantes seguiram para a rua Aarão Reis, localizada na Praça da Estação, onde tentaram mais uma vez em sete dias pular as catracas do metrô, mas foram barrados pelos seguranças e pela PM que estavam no local.  Sem sucesso, manifestantes se concentraram no terminal de ônibus localizado na avenida. 

Depois da concentração no terminal de ônibus na praça da estação manifestantes seguiram novamente para avenida Afonso Pena, no centro da capital, para a frente da Prefeitura de Belo Horizonte, onde terminaram o protesto.

Prisão

Antes do início da manifestação, a estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Minas Gerais, Isabela Ligeiro, foi presa após discutir com um policial que prendeu um homem com drogas. Um homem, que não estava entre os manifestantes, foi abordado pelos policiais, e com ele, foi encontrado maconha.

A estudante resolveu acompanhar a ação da PM, para garantir que tudo seria feito de forma correta. De repente, se iniciou uma discussão entre a jovem e o militar. Quando os manifestantes perceberam, Isabela estava com o braço torcido para trás e sendo presa.

A assessoria de imprensa da PM foi procurada e informou que, até o momento, não foi possível localizar detalhes da ocorrência. A manifestante e o usuário de droga foram encaminhados para a Central de Flagrantes (Ceflan), no bairro Floresta, na região Leste da Capital.

Estação Central

Por volta das 18h, foi registrado um pequeno tumulto em frente a estação Central do metrô, na praça da Estação. Uma mudança de acesso para o embarque e desembarque de passageiros teria provocado a confusão.

De acordo com o controle de tráfico da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-BH), a entrada e saída de passageiros normalmente é feita pelas duas entradas da estação. No entanto, por conta da manifestação, nesta noite, o embarque e feito pela rua Aarão Reis, e o desembarque pelos portões da praça da Estação.

O protesto

O evento criado no Facebook, chamado "2º Ato: Abaixou o custo, abaixou a tarifa", tinha a confirmação de quase 1.100 pessoas na tarde desta quinta. Assim como a última manifestação, ocorrida no dia 30 de janeiro, o objetivo é pressionar a Prefeitura de Belo Horizonte após a publicação de um decreto que cancela a cobrança da taxa de Custo de Gerenciamento Operacional (CGO), paga pelas empresas de transporte, e que representa R$ 0,05 da tarifa de ônibus.

Por ano, os empresários deixarão de pagar um total de R$ 22 milhões para a prefeitura, valor que até o momento não foi abatido na passagem. Os organizadores ainda fizeram questão de lembrar que a auditoria das empresas de ônibus, com resultados prometidos para o fim de outubro, até hoje não foram entregues.

Atualizada às 20h56

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