Mais chuvoso

Março já registra recorde de chuva em apenas 11 dias

Até agora, a Defesa Civil da capital já registrou 2.000 residências com risco de deslizamento ou desabamento, inclusive nas áreas mais nobres da cidade

Por Angélica Diniz / Leticia Fontes
Publicado em 11 de março de 2018 | 21:54
 
 
 
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Março ainda nem chegou à metade, mas vem quebrando recordes no que diz respeito às chuvas. Este já é o março mais chuvoso em Belo Horizonte desde 2011, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Até agora, a Defesa Civil da capital já registrou 2.000 residências com risco iminente de deslizamento ou desabamento, inclusive nas áreas mais nobres da cidade.

Além de o muro de uma mansão no bairro São Bento desmoronar na última semana, mais um caso foi registrado neste domingo (11) na região Centro-Sul. No bairro Mangabeiras, o muro de um terreno cedeu e corre o risco de desabar, segundo a Defesa Civil municipal.

Apesar disso, a população das vilas e favelas ainda é a mais atingida. São 1.300 imóveis localizados em áreas de risco que ameaçam a vida de milhares de moradores de comunidades, de acordo com a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel).

O número, no entanto, é menor do que o registrado em novembro do ano passado, quando eram 1.400 construções com risco de desabamento e deslizamento.

As precipitações têm sido constantes e intensas, principalmente nas madrugadas dos últimos dias, o que agrava o perigo, segundo o coordenador da Defesa Civil de Belo Horizonte, coronel Alexandre Lucas Alves. Com os solos encharcados, encostas e muros com problemas de drenagem aumentam consideravelmente a probabilidade de tragédias.

“A chuva constante favorece os deslizamentos. E a tendência é piorar. Por isso, as pessoas têm que ficar cada vez mais atentas às medidas de proteção”, alertou o coronel Alexandre Lucas.

Ocorrências

Nos onze primeiros dias de março, as regiões Oeste e Centro-Sul foram as mais atingidas pela chuva em Belo Horizonte. Segundo a Defesa Civil municipal, choveu 361,6 milímetros, ou 221% do esperado na zona Oeste. Já na Centro-Sul, o acumulado em março é de 345,5 mm, ou 211% do esperado. A média histórica em março é de 163,5 mm.

Ainda conforme a Defesa Civil, em todas as regiões da cidade a chuva já superou a média nos dez primeiros dias do mês: Barreiro, 271,8 mm (166%); Leste, 306,6 mm (188%); Nordeste, 318,2 mm (195%); Noroeste, 340,0 mm (208%); Norte, 197,8 mm (121%); Pampulha, 224,4 mm (137%); e Venda Nova, 203,8 (125%).

Do dia 1º até este domingo, foram registradas pelo menos 454 ocorrências causadas pelas chuvas, entre elas 45 registros de trincas e infiltrações e 37 de risco ou ameaça de escorregamentos ou deslizamento.

Também foram registrados 12 casos de risco de danificação ou destruição de encostas, 11 ocorrências de trincas e dez registros de enchentes e inundações, além de cinco deslizamentos de encostas.

Balanço
Até a tarde deste domingo, a Defesa Civil de Belo Horizonte havia registrado 98 desabamentos parciais de muros, 326 riscos de desabamento e 123 trincas e rachaduras em muros.

População deve ficar atenta aos sinais

Como a chuva deve continuar por toda esta semana, segundo a previsão dos meteorologistas, o coordenador da Defesa Civil de Belo Horizonte, coronel Alexandre Lucas Alves, alerta para a necessidade de a população que mora nas áreas de risco analisar os sinais que os terrenos dão com as precipitações contínuas.

“As pessoas têm que avaliar os sinais, como o rebaixamento de piso, trincas, rachaduras que aparecerem e tombamento de telas, postes e árvores. E em qualquer situação dessas, devem ligar para a Defesa Civil para fazer uma vistoria”, explicou o coronel.

Mapeamento

Segundo ele, os casos de risco estão mapeados pelo órgão e as áreas já foram visitadas pelas equipes, e as pessoas treinadas e notificadas. “A partir daí, dependendo do caso, a gente vai encaminhar para abrigo ou autorizar a pessoa a permanecer ou ir para casa de parentes”, disse.

O responsável pelo Defesa Civil da capital ainda alertou para o perigo nas estradas, já que as chuvas contínuas aumentam o acúmulo de água no solo e, consequentemente, favorecem a queda de encostas, colocando em risco a vida dos motoristas que circulam nas rodovias do Estado. 

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