A médica do trabalho Marcelle Porto Cangussu, enteada do juiz Christian Garrido Higuchi, que coordena a Central de Precatórios do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), é a primeira vítima confirmada da tragédia do rompimento da barragem I da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Marcelle se formou em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), há 10 anos, e trabalhava desde 2015 como médica do trabalho na Vale. Ela também atuava como médica de emergência, desde 2011, no Hospital Regional de Betim, também na região metropolitana. Marcelle era solteira e não tinha filhos. A médica do trabalho era a filho do meio de três irmãs.
Segundo o juiz, na noite anterior à tragédia, Marcelle comemorou seu aniversário de 35 anos, em uma restaurante em Nova Lima, junto com amigos e familiares. "Nossa família foi de um extremo ao outro. Em um dia comemoramos a vida dela e, depois, a notícia desse acidente brutal e repentido. Estamos consternados", lamentou Higuchi.
O último contato que a médica fez com os familiares foi às 12h22 de sexta-feira (25). "Ela falou com uma prima, mas sobre assuntos aleatórios. Pouco tempo depois, soubemos do acontecido. Tentamos falar com ela, mas não tivemos mais retorno", contou o juiz.
Velório da médica será realizado no Funeral House, no bairro Funcionários, em Belo Horizonte.
Lista de desaparecidos
A Vale divulgou, no início desta manhã, uma lista com os nomes de funcionários com os quais não se conseguiu contato até o momento. São 413 trabalhadores, dos quais 90 são terceirizados, de acordo com as informações divulgadas às 9h.
A tragédia ocorreu no início da tarde da última sexta-feira (25). Segundo o Corpo de Bombeiros, outras oito pessoas morreram, 350 ainda estão desaparecidas e 189 foram resgatadas.
Veja o local da tragédia
Veja resgate de sobrevivente em meio a lama
Atualizada às 12h51