Os profissionais têm trabalhado dentro do que é indicado mundialmente como forma de prevenção e diagnóstico, segundo a Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig). Embora os protocolos não sejam engessados, o norte da categoria é que o exame de trombofilia é obrigatório apenas quando a paciente já teve complicações, como trombose ou pré-eclâmpsia grave.
“O rastreamento sem dado clínico não tem valor”, disse o presidente da Sogimig, Agnaldo Lopes da Silva Filho. Por isso, mesmo que a paciente tenha histórico familiar da doença, “não é rotina o médico pedir exames”. “Excesso de procedimentos e medicação pode trazer malefícios, como usar anticoagulante sem indicação específica, o que pode causar hemorragia”, comentou.
O mais importante é cada caso de mulheres com histórico de trombofilia seja analisado por especialistas, afirma a presidente da Comissão Estadual de Prevenção ao Óbito Materno e Infantil, Regina Amélia Lopes Pessoa de Aguiar. “Os tratamentos não mudam a chance de aborto. A medicação tem sido aplicada de maneira absurda, como se milagres acontecessem”.
O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais informou que não cabe ao órgão elaborar protocolos e que a trombofilia, doença rara, deve ser investigada em casos de pacientes com histórico de tromboembolismo ou com história familiar positiva.