CIDADES

Médicos debatem uso de desfibrilador

Congresso ressalta importância de leigo aprender a manusear aparelho para evitar morte por problema cardíaco

Por GLÓRIA PAIVA
Publicado em 09 de julho de 2007 | 19:55
 
 
 
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A importância do treinamento das pessoas que não são da área médica para o uso do desfibrilador foi debatida nesse último final de semana em Belo Horizonte, durante o XVIII Congresso da Sociedade Mineira de Cardiologia, no Expominas. O equipamento pode ser utilizado quando alguém está tendo algum problema cardíaco, antes do socorro especializado. Mais de mil participantes, entre médicos, acadêmicos e fisioterapeutas, participaram do congresso que teve como tema este ano "A Vida por um Fio".

A capacitação é o maior entrave para o cumprimento da lei municipal nº 9.317, que obriga estabelecimentos por onde passam mais de mil pessoas por dia a possuírem um desfibrilador para socorrer vítimas de ataques cardíacos, conforme foi discutido no congresso. A aplicação da lei iria permitir a redução drástica dos casos de morte súbita por infarto, ao reverter paradas cardíacas, informou o presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia, Márcio Kalil.

"A lei já está em vigor, mas é fundamental que as pessoas aprendam a usar o desfibrilador. A idéia é fazer com que o leigo, bem treinado, consiga atuar em uma situação de emergência, quando não há um médico ou enfermeiro por perto", explicou Márcio Kalil. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte, a lei já está em vigor, mas ainda falta ser regulamentada pelo Executivo para que sejam estabelecidas a fiscalização, multas e a lista de locais que serão obrigados a comprar o aparelho. A previsão é que o decreto seja publicado nos próximos dias.

O médico Márcio Kalil informou que cada minuto perdido no atendimento a uma parada cardíaca reduz em 10% a chance de recuperação ou de sobrevivência. "Quanto mais rápido o atendimento, menos seqüelas o infarto pode causar." Segundo Kalil, algumas iniciativas já estão em prática para que a lei aprovada em janeiro deste ano seja cumprida. "O Tribunal de Justiça, o Corpo de Bombeiros e a Sociedade Mineira de Medicina Intensiva, além de algumas empresas privadas, já fornecem treinamento."

A Sociedade Mineira de Cardiologia, de acordo com o presidente, também pretende criar um local para os cursos. Um caso em que o uso do desfibrilador poderia ter salvado uma vida foi o do zagueiro Serginho, do São Caetano, que há cerca de três anos teve morte súbita durante um jogo do Campeonato Brasileiro, em São Paulo. Já o volante Diogo, do Cruzeiro, sentiu mal-estar durante o treino, sofreu uma parada cardíaca e foi salvo pelo uso adequado do equipamento.

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