Pesquisa

MG lidera ranking de pagamentos de DPVAT para menores de 17 anos por invalidez

Um levantamento feito pela Seguradora Líder que concluiu que 73% das indenizações pagas pelo seguro DPVAT para vítimas menores de 17 anos foram por invalidez permanente

Por Natália Oliveira
Publicado em 10 de outubro de 2020 | 18:11
 
 
 
normal

Os acidentes de trânsito com crianças e adolescentes estão deixando muitas das vítimas com invalidez permanente. É o que mostra um levantamento feito pela Seguradora Líder que concluiu que 73% das indenizações pagas pelo seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) para vítimas menores de 17 anos foram por invalidez permanente. Minas Gerais lidera o ranking no Brasil com 881 pagamentos do seguro nessa faixa etária, em todos os níveis de sequelas, incluindo por invalidez.

De acordo com o levantamento da seguradora, dos 7.700 acidentados, 5.707 (73%) ficaram com sequelas permanentes e foram indenizados pela cobertura de invalidez. A maioria das vítimas,  4.485 (57%) estavam em motocicletas; outros 2.631 em automóveis; 453 em caminhões e pick-ups; 194 em ônibus, micro-ônibus ou vans e 36 em ciclomotores. 

Além de Minas que registrou o maior de pagamentos de seguro para vítimas com essa faixa etária, outros Estados também têm um índice alto.  Em 2º lugar no raking vem São Paulo com 786 registros; e Ceará, em 3º lugar com 550 acidentados na faixa etária; Já o Amapá, Acre e Distrito Federal, foram os Estados que registraram os menores índices, com 16, 30 e 51 ocorrências, respectivamente.

O diretor da Associação Mineira de Tráfego, Alysson Coimbra Carvalho, explicou alguns motivos que geram essa invalidez na faixa etária. "As lesões são mais graves em crianças e adolescentes pela formação óssea delas que ainda está em desenvolvimento. O choque de uma batida é o mesmo para uma criança e um adulto, mas nos menores de 14 anos os impactos são mais intensos e geram sequelas mais graves", analisa Carvalho. 

De acordo com ele, uma forma de evitar acidentes com lesões graves ou mortes nessa faixa etária é respeitar as normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Por exemplo usando a cadeirinha ou elevação de assento para as crianças, só andar em motocicletas com crianças acima de 7 anos, como prevê a lei e com capacete adequado para a idade. 

"Muitas vezes as crianças vão nos carros no colo, com automóveis com mais de cinco passageiros e sem o dispositivo adequado para ela (a cadeirinha ou elevação). Já com as motos acontece das crianças serem colocadas entre dois adultos ou até mesmo com capacetes que são para adultos e não infantis. Em uma batida o capacete sai e a criança tem risco de ter um traumatismo craniano. A redução desse índice está relacionada a um ato de amor dos pais de protegerem seus filhos", destacou. 

O diretor de Operações e TI da Seguradora Líder, Iran Porto, também endossa a importância de seguir as regras de trânsito  "Se compararmos o total de indenizações pagas pelo Seguro DPVAT este ano às crianças com idades de 0 a 7 anos, e em de 2008, ano que o uso da cadeirinha passou a ser obrigatório no país, é possível observar uma redução de 50%"

Ele complementou dizendo que é preciso ficar atento também aos perigos de atropelamentos na faixa etária. "Além dos cuidados ao conduzir crianças e adolescentes como passageiros, é preciso redobrar a atenção nas vias públicas. Para se ter uma ideia, cerca de 4.300 crianças e adolescentes estavam na condição de pedestres quando se acidentaram", concluiu. 

O que fazer para proteger as crianças e adolescentes de sequelas permanentes em acidentes:

- Não trafegar com crianças no colo, mas sim nas cadeirinhas ou em assentos de elevação 
- Crianças em motocicletas só acima de 7 anos com capacete adequado para a faixa etária. 
- Não colocar a criança na motocicleta entre dois adultos. 
- Respeitar as sinalizações de trânsito e os limites de velocidade. 

O que é o Dpvat

É o seguro que atende todo cidadão em território brasileiro vítima de acidente de trânsito.  Em caso de morte o valor é de R$13.500, invalidez permanente de R$135 a R$13.500 e reembolso de despesas médicas e suplementares até R$2.700. A proteção é assegurada por um período de até três anos.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!