Com balões e cruzes, um protesto que ocorre nesta segunda-feira (23) em Belo Horizonte alerta para o risco de colapso vivido por hospitais filantrópicos. O movimento, que tem adesão em todo o Brasil, denuncia que, caso não haja alternativa de financiamento, o piso nacional da enfermagem, aprovado pelo congresso, pode levar várias instituições à falência.
Na capital, o ato acontece em frente a sede administrativa do Hospital da Baleia, no bairro Jonas Veiga, na região Leste. Segundo Tereza Guimarães Paes, diretora-presidente da Fundação Benjamin Guimarães, mantenedora Hospital da Baleia, o movimento não é contrário a instituição de um piso salarial, mas defende uma fonte adicional de recursos para que o pagamento não impacte drasticamente no orçamento dos hospitais. Além disso, o movimento também defende o aumento do repasse feito pelo Sistema Único de Saúde.
“O SUS repassa 30% abaixo do custo real dos procedimentos. Está cada vez mais difícil atingir a sustentabilidade financeira. Por isso, a arrecadação e mobilização de recursos são essenciais para minimizar as diferenças entre os custos da operação e manutenção do Hospital e a remuneração paga pelo SUS, que vem de uma tabela deficitária há mais de 20 anos” afirmou a diretora.
No Hospital da Baleia, que atende a 88% dos municípios de Minas Gerais, o cenário de crise é mais um agravante. A instituição registrou uma queda de 25% nas doações feitas por pessoas físicas. Já a arrecadação por meio do troco solidário, que é recolhido nos caixas dos supermercados, também houve queda de 25%. As doações vindas por meio das contas da Copasa, Cemig e Oi reduziram 20%, assim como as doações online.
De acordo com a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), o fechamento dessas instituições poderão prejudicar 70% das internações do SUS no Estado.