Moradores de Nova Lima tentam limpar casas após cheia do Rio das Velhas

Cansaço, angústia e consternação. Esses são os sentimentos que tomam conta dos moradores e lojistas que tiveram suas propriedades inundadas pela cheia do Rio das Velhas, no bairro Honório Bicalho, em Nova Lima, na região metropolitana.

A reportagem de O TEMPO esteve no local e conversou com moradores que se aventuram no atoleiro de lama para tentar se locomover. Marcas de água que chegaram atingir até 1,80 m na parede, além de um verdadeiro bota-fora de móveis e aparelhos domésticos, dão a dimensão do estrago. Varios caminhões da prefeitura circulam pela região recolhendo materiais empilhados no calçamento. 

Cds, DVDs tomando banho de mangueira. Lavajato dentro da sala de estar. A ordem das coisas reviradas e cenas nunca antes imaginadas por Eliana Norato, 42, deixa a dona de casa emocionada. "Estou muito decepcionada e muito triste com isso. Perdi muitos móveis, outro bocado consegui salvar", conta com a voz embargada. 

O pensionista Geraldo do Nascimento, 55, conta que engoliu barro. Após tomar sua tradicional cervejinha no domingo, deitou para descansar e foi surpreendido pela chuva. "Fui dormir e acordei no Hospital. A Defesa Civil foi quem me resgatou", conta, descrevendo que tudo aconteceu de forma rápida.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, foi realizado resgate de pessoas ilhadas nas ruas José Cirilo, Soares,  Adelaide, São João e demais imediações do bairro.

A dona de casa Lígia Santos Passos, 45, formou uma corrente humana com a filha e o marido para conseguir fugir da enxurrada que invadiu sua casa. O volume de água foi tamanho que atingiu 1,70 m de altura no quintal e 1,20 m dentro da casa que fica nos fundos do quintal.

Ela mora na rua Pedro Paulo de Jesus e os vizinhos de muro - da rua de trás - também foram impactados. "É muito triste. Levei uma vida para conquistar essas coisas e agora perdi tudo", descreve em refência aos imóveis. Parentes e amigos próximos estão na casa fazendo limpeza de vários cômodos da casa.

Alimentos perdidos

Em um momento em que as pessoas estão pedindo alimentos e doações em decorrência das fortes chuvas que assolam Minas Gerais, o coração de Daniele Maria Ribeiro Rocha, 41, está partido. Dona de um sacolão no bairro, ela perdeu centenas de frutas, legumes e verduras; além dos estragos nos equipamentos do estabelecimento.

"Foi mais de um metro e meio que a água subiu. Não deu para salvar nada". Sem conseguir estimar o valor do prejuízo, ficou mais alentada quando soube que o dono do imóvel vai lhe oferecer desconto no alguel como forma de ajuda.

Procurada, prefeitura de Nova Lima não informou, até o fechamento desta reportagem, qual tem sido a assistência prestada aos moradores e qual trabalho da Defesa Civil na região. 

Esta matéria está em atualização.