Em Belo Horizonte

Morte de Joca: tutores pedem justiça em manifestação no Aeroporto de Confins

Em ato na manhã deste domingo (28/4), grupo pede revisão de regras de transporte aéreo de cães

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 28 de abril de 2024 | 11:08
 
 
 
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Um grupo de tutores de cães se reuniu no Aeroporto de Confins, na manhã deste domingo (28/4), para pedir justiça após a morte do cão Joca. O cachorro morreu após ser despachado em Guarulhos (SP) para Fortaleza (CE) a mais de dois mil quilômetros de onde deveria chegar, em Sinop (MT).

Concentrados desde 9h, os tutores fizeram uma passeata pacífica por volta das 10h15 e pararam por alguns minutos em frente ao terminal de check-in da Gol, dona da Gollog, responsável pelo transporte de Joca. Em frente ao terminal, os donos estenderam uma faixa pedindo justiça pelo cão. 

A tutora Carolina Penna defende que haja mudanças na Lei para que as companhias aéreas permitam que os cães fiquem na cabine. "(Elas devem) Criar um espaço dentro do avião ou um vôo pet frendly semanal em que o tutor possa ir do lado do seu cão. Claro que vai exigir um treinamento do cachorro", observa ela. 

Veja vídeo:

Para Carolina, hoje, o transporte aéreo de cães não é uma possibilidade, já que permite a presença somente de cães de pequeno porte, ou seja, de até dez quilos na cabine. "A opção de levar o cachorro dentro da casinha, do bagageiro, não tem dado certo", reitera a tutora. Apenas cães-guia de grande porte podem acompanhar os donos. 

O analista de sistemas Danilo Gaudioso, de 41 anos, aponta que a morte de Joca exemplifica por que ele e a esposa nunca tiveram coragem de transportar os quatro cães que tem o casal. "Então a gente está aqui manifestando pedindo para a gente conseguir levar os cães na cabine, seja ao nosso lado, seja dentro de uma caixa, para ter todo o zelo com ele", defende o tutor. 

A administradora Juliana Vale, 50, faz coro a Danilo. "Os cães devem ser tratados da mesma maneira que um ser humano e devem ir juntamente com os seus tutores dentro da cabine do avião, mesmo que dentro da caixinha, porque ali ele vai ter um tratamento melhor", argumenta a tutora, que acrescenta que já deixou de viajar porque não teria coragem de deixar o cão sozinho.

O Ministério de Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciaram na última quarta-feira (24/4) a criação de um grupo de trabalho ao lado de companhias aéreas para rever as regras de transporte aéreo. Além disso, o ministério e a Anac irão investigar possíveis responsabilidades da morte de Joca. 

Em nota, a Gol lamentou o ocorrido e afirmou que uma falha operacional fez com que o animal fosse embarcado em um voo para Fortaleza. “A equipe na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos. Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos, vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal.” 

A empresa afirmou que “assim que o tutor chegou em Sinop, foi notificado sobre o ocorrido e sua escolha foi voltar para Guarulhos para reencontrar o Joca”. A companhia também ressaltou que “está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação.”

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