A reportagem de O TEMPO gastou 1h15 da estação Pampulha a região hospitalar da capital, já que a velocidade máxima permitida do serviço é de 40 quilômetros por hora. Muita gente foi pega de surpresa pelo serviço inaugurado neste sábado e a maioria dos usuários disse não ter recebido nenhuma informação sobre a mudança. Além disso, motoristas e cobradores também não souberam informar os passageiros.
Na estação Pampulha, algumas pessoas tiveram que atravessar trechos sem faixas de pedestres para pegar o Move e nem todas a escadas rolantes estavam funcionando. Houve registro de filas nas bilheterias e ônibus lotados, mesmo em um dia de pouco movimento como no fim de semana. Nas catracas também houve aglomeração por causa de usuários desinformados.
A equipe de reportagem pegou a linha 51, chamada paradora, para a área hospitalar, e percebeu que o motorista não está treinado, já que ele não soube ao certo onde era o desembarque e não parou nas estações que devia. Já na estação Carijós foi notada a falta de painéis informativos que ainda não foram instalados.
A usuária Maria do Socorro Gomes, 43, reclamou da demora. "Parece que é um passeio turístico", desabafou. Ela também acredita que o Move não vá melhorar o transporte da cidade. "Antes eu pegava um ônibus e descia no centro, e depois pegava outro para Nova Lima, onde trabalho. Agora tenho que pegar três, um na estação Céu Azul, outro pro centro e outro para Nova Lima. Essas descidas e subidas não compensam, a gente vai sempre em pé no ônibus, é muito cansativo", disse.
Ampliação
Ainda neste sábado, o prefeito Marcio Lacerda informou que na próxima semana haverá ampliação do Move na Antônio Carlos, com a integração de novas linhas alimentadoras, que deixarão de circular pela pista mista da avenida Antônio Carlos. De acordo com o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, até a Copa, ao menos 30 linhas que hoje trafegam pelo corredor serão integradas ao sistema.
O prefeito mencionou ainda que haverá a inauguração do Move Metropolitano no corredor, em data ainda não informada pelo governo do Estado, e a expansão do BRT na avenida Cristiano Machado, onde o serviço já funciona desde o último dia 8 de março.
Para o mundial, Lacerda informou que serão disponibilizados 400 ônibus para servir os torcedores que irão ao Mineirão. “Esperamos atender um público de até 40 mil pessoas no período”, completou Lacerda.
Ele destacou, no entanto, que as obras de mobilidade não foram feitas para a Copa, mas, sim, apressadas por conta do evento esportivo. “Já eram obras pensadas para a cidade”, concluiu o prefeito.