Movimentação financeira do Carnaval de BH pode chegar a R$ 1 bilhão

O maior Carnaval da história de Belo Horizonte já gerou uma movimentação financeira de R$ 514 milhões apenas com base nos gastos dos foliões na cidade, conforme anunciou na manhã desta sexta-feira (3) a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Conforme a estimativa do município, este número ainda pode chegar a R$ 1 bilhão se incluir os hotéis, transporte e bares.

"Aquela cidade triste, do não pode nada, ficou para trás. Ano que vem vai ser ainda melhor e maior. Esse foi o maior Carnaval da história de BH", exaltou o prefeito Alexandre Kalil durante a coletiva de imprensa que fez um balanço da folia. O chefe do executivo destacou ainda que o planejamento e a organização teriam sido os pilares para o sucesso da realização da festa.

Depois de falar que BH teve o maior Carnaval do país, Kalil ponderou que não tem como comprar com Rio de Janeiro e Salvador. "Não somos megalomaníacos de fazer essa comparação, mas transformamos uma cidade deserta em 3 milhões de pessoas na rua. Fizemos o maior pulo do Carnaval feito no Brasil", afirmou o prefeito.

O prefeito ainda acredita que, no ano que vem, os patrocínios serão inevitáveis. "Quero ver quem não vai querer". Em abril uma equipe da prefeitura já começa a trabalhar para o Carnaval de 2018

Para o anúncio, Kalil reuniu todo o alto escalão da Prefeitura, com 15 pessoas na mesa, entre secretários e presidentes de órgãos municipais. Entre os presentes estava o presidente da Belotur, Alizer Malab,  que, após distribuir elogios para a festa, afirmou que no ano que vem pode-se melhorar os desfiles das escolas de samba, a estrutura e a comunicação. "Mas tivemos uma organização de primeiro mundo", volta a se auto-elogiar.

A coletiva foi só de elogios ao Carnaval, não tratando de pontos negativos. Somente depois de muito a imprensa pressionar, o presidente da Belotur admitiu a falha na quantidade de banheiros. "Tivemos problema com um fornecedor de banheiros mas nos desdobramos pra resolver", alegou Malab. 

Números

Foram 300 blocos de rua, 416 desfiles, 10 blocos caricatos e quatro escolas de samba. Ao todo, foram feitos 349 atendimentos nos três Postos Médicos Avançados (PMAs) montados pela prefeitura com o objetivo de atender urgências durante o carnaval e não sobrecarregar as unidades de saúde regionais. Durante o Carnaval, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) recolheu 840 toneladas de lixo. 

Trânsito

Célio Bouzada, presidente da BHTrans, apontou que uma coisa a melhorar no próximo ano é ter uma equipe reserva para os blocos que superam muito a estimativa de público. O maior problema deste ano foi registrado na rua Aimorés, entre as avenidas Getúlio Vargas e Contorno, com o bloco FunkYou. O evento previa 1.500 pessoas e foram 15.000, dando um nó no trânsito e terminando em confusão.

O órgão acatou ainda uma sugestão de tentar, no próximo Carnaval, soltar estimativas de públicos dos blocos mais fiéis, já que neste ano nenhum órgão oficial divulgava os números de presentes nos blocos. 

Segurança

Ainda durante a coletiva, o secretário Municipal de Segurança, Claudio Beato, falou sobre a queda da violência durante o Carnaval de 2017 na capital mineira, o que seria um fato inédito na última década. 

"Mesmo com um aumento de público em cerca de 1 milhão de foliões, os crimes caíram em mais de 40%, passando de 874 em 2016 para 499 neste ano", disse. 

Ele ainda ressaltou a importante atuação da Guarda Municipal nas ruas durante a folia, criticando o fato da Polícia Militar (PM) ter feito uma coletiva sozinha nesta quinta-feira (2) para apresentar os dados da segurança. 

Atualizada às 13h05