Mulher e bebê foram baleados em crime que levou a toque de recolher na Grande BH

O atentado que terminou com a morte de um dos líderes do tráfico no bairro Itaipu, no Barreiro, em Belo Horizonte, e que acabou gerando um toque de recolher em bairros da região, também teve outras duas vítimas: a companheira do homem e o filho deles, de apenas 1 ano. Mãe e filho foram socorridos ao Hospital de Ibirité, porém, acabaram transferidos para o Hospital Municipal de Contagem. 

A morte de "Xandão", um homem de 29 anos que seria um dos líderes do tráfico no bairro de BH, aconteceu na tarde do último domingo (2 de abril) nas proximidades de um campo de futebol que fica na avenida Prefeito João de Deus Campos, no bairro Jardim das Oliveiras, em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo o registro da Polícia Militar (PM), o carro do homem, uma Chevrolet S10 preta, foi atingido por vários disparos de calibre 9 mm, efetuados por suspeitos que estariam em um Chevrolet Cruze da mesma cor. A mulher de 30 anos foi atingida de raspão na cabeça, no braço esquerdo e nas costas. Já o filho do casal foi baleado no pé e na perna, ainda conforme o registro policial. A mãe já recebeu alta e, segundo o Serviço Social Autônomo da Prefeitura de Contagem, a criança segue internada na enfermaria e seu quadro é estável. 

No hospital, a PM conversou com a companheira do traficante, que contou que eles chegaram ao campo de futebol quando foram surpreendidos pelo carro, que tinha cinco suspeitos dentro. Ela relatou ainda que se abaixou sob o porta-luvas do carro para tentar se proteger e salvar o filho dos tiros, mas em dado momento o seu companheiro teria aberto a porta do carro e gritou para que ela corresse. 

Neste momento ela teria saído correndo para tentar se esconder, mas ouviu um dos suspeitos gritando: "Mata ela, mata ela". De acordo com a PM, em seu depoimento, a companheira do homem morto disse ainda que a arma do suspeito travou e, somente por isso, ela conseguiu correr e se esconder junto com o filho em um arbusto. 

Procurada, a Polícia Civil informou que a perícia esteve no local do homicídio e fez os levantamentos iniciais. "Um suspeito, de 35 anos, foi conduzido e ouvido, por meio da Central Estadual do Plantão Digital, onde foi ratificada a prisão em flagrante delito pelos crimes de homicídio qualificado e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, sendo o investigado encaminhado ao sistema prisional.  A investigação prossegue a cargo da Delegacia de Polícia Civil de Ibirité com a realização de diligências visando a completa elucidação do crime", concluiu a instituição. 

Homem preso alega que escondeu arma para vítimas

Logo após receberem a informação do atentado, uma viatura da PM teria se deparado com um Fiat Palio preto fugindo em alta velocidade. Houve uma perseguição, mas o veículo acabou sendo abordado. No carro estava o homem de 35 anos e, no encosto do banco do passageiro, foi localizada uma pistola israelense com cinco munições. 

Apesar de ter sido preso como suspeito do homicídio, o homem alegou que estava no campo de futebol quando presenciou os suspeitos atirando contra as vítimas. Ainda segundo o suspeito, antes de ser socorrida junto da criança, a mulher teria pedido que ele tirasse do local a pistola, que estaria na bolsa dela, e uma outra arma, que estava na cintura do traficante assassinado.

Entretanto, ainda segundo a PM, durante o depoimento o suspeito teria entrado em contradição, não conseguindo explicar com quem estava no local e o que o levou a fugir levando a arma. Por isso, ele acabou detido em flagrante. O carro que ele dirigia foi apreendido por estar com o licenciamento irregular.

Além dele, na segunda-feira (3) dois jovens foram detidos suspeitos de estarem ameaçando comerciantes na região do bairro Lindeia para que não abrissem as portas em respeito à morte de "Xandão". 

Atualizada às 09h19 do dia 5 de abril de 2023